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A arte medieval era racista por retratar um Jesus Branco? Por Breno Baral*

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    A prova de que a arte sacra medieval, renascentista e ocidental em geral representavam Jesus  Cristo, Virgem Maria e outras personagens bíblicos com traços europeus por uma simples questão de perspectivismo e não por conta de uma suposta ideologia da branquitude ou "branquismo" está em outros elementos anacrônicos em tais obras de arte: por exemplo, as vestimentas; todos os personagens nas gravuras vestem trajes que não eram habituais nas épocas que tais obras se referem. Não apenas as roupas. Há diversas imagens que mostram Jerusalém como uma fortaleza medieval, assim como era na época dos cruzados e totalmente diferente de como era realmente na época de Cristo. 


    Os soldados romanos, em vez de trajarem armaduras e escudos típicos dos romanos do primeiro século - tais como aquele que vemos em filmes - são, pelo contrário, representados com armaduras, elmos e escudos tipicamente medievais. 

    Logo, fica assim evidente que esses artistas representavam eventos de outros tempos e lugares, compostos etnicamente de pessoas e modas diversas, a partir da cultura e lugar onde viviam pessoas que o artista podia ver na sua experiência real. Sabendo que o mundo ocidental fora fechado do mundo antes das cruzadas e das grandes navegações, podemos imaginar que a totalidade do mundo conhecido era reduzido. Não apenas no sentido geográfico mas também histórico. 

    Hoje só temos uma noção histórica melhor, sabendo identificar épocas a partir de artes, roupas, artefatos, por conta do avanço da historiografia enquanto ciência e da arqueologia do século XIX. 

    Hoje é fácil para nós imaginar um soldado romano portanto um traje típico de sua época (até por conta de filmes que assistimos); para um medieval, porém, isso era quase impossível. O artista tinha que se virar com o que tinha disponível - em geral poucos textos que também não eram acessíveis a todos porque não existia ainda impressa e tais textos não ofereciam descrições detalhadas de outros tempos - e empreender um pouco da sua imaginação criativa. 

    Sem falar que o mais importante para os antigos era a "essência" da arte, dos textos, e não a exatidão da descrição histórica (algo que só começa a partir do século XIX) que seria uma coisa secundária e periférica. O importante em uma obra retratando a Paixão de Cristo, por exemplo, era mostrar o amor de Deus pela humanidade e não descrever o cenário com precisão histórica e científica; isto só seria importante para o historiador enquanto cientista e profissional. A arte é universal e popular. Na Idade Média, sobretudo nos vitrais das catedrais medievais, as imagens tinha uma função pedagógica para as pessoas simples que não podiam ler em aprender os ensinamentos da bíblia através da arte. Usando elementos e tipos de pessoas que os europeus da época podiam reconhecer e identificar, ficaria mais fácil assim compreender a essência de tais obras. 

    Completamente diferente é hoje a tentativa de hostilizar a arte ocidental como "racista" e, assim, representar um "Jesus negro" - que também é inexato historicamente - apenas para se CONTRAPOR ao suposto "branquismo" ou "europeísmo" da arte ocidental. Essa tentativa moderna sim é excessivamente IDEOLÓGICA: a ideologia do anti-ocidentalismo, do ressentimento, do identitarismo e racialismo que nada mais são do que braços e pautas que fazem parte de uma agenda global com fins meramente políticos. Como sabemos, para o "progressismo" contemporâneo, TUDO, absolutamente tudo tem um suposto significado político que oculta uma realidade de dominação de grupos mais fortes sobre mais fracos. 

    Refutar essas acusações desonestas e estúpidas dos modernos é livrar a arte da política contemporânea e elevá-la de volta ao plano independente e superior que ela sempre teve.


*O professor Breno Baral é docente com formação em História. 


Por que Stálin não deturpou o marxismo nem foi nacionalista?

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É bastante comum que nichos trotkistas acusem Stálin de ter deturpado o marxismo; os que compram essa narrativa apostam na noção farsesca dum Stálin nacionalista que teria deixado o aspecto mais fundamental do marxismo, qual seja o internacionalismo – incorporado pelos trotkistas, que seriam, por isso, os verdadeiros marxistas.


Apesar da alegação ser usada como acusação pelos trotkistas, há neo-stalinistas de linha QTP ou nacional bolcheviques russos que tomam essa noção em sentido positivo como prova de que Stálin, mais que marxista, teria sido um nacionalista russo. O debate não é sem importância pois envolve duas estratégias:


1- Limpar a barra do marxismo face às brutalidades cometidas por Josef Stálin indicando que as crueldades do totalitarismo soviético foram decorrentes dum desvio da proposta originária.


2-Preparar os espíritos para um Nacionalismo de Esquerda que tende a ver a questão nacional só sob ângulo econômico.


Sobre o ponto 1 gostaríamos de deixar claro que não é o caso de desconhecermos que a história se escreve com sangue: a própria trajetória do povo eleito por Deus foi feita de modo a que povos pagãos fossem vencidos e eliminados para dar lugar a uma forma superior de organização social, política e religiosa. O problema aqui é de finalidade e escala: a violência é legítima desde tenha por fim o restabelecimento da ordem ou a elevação de povos a uma ordem superior; depois ela só deve ser usada como último recurso e de forma racional, contra aqueles que representam um risco a ordem. Por ordem entendemos um conjunto de valores e princípios que envolvem desde instituições avançadas de justiça e governo como uma moral que coloque a pessoa humana no centro da organização social e política e que tenha por eixo a idéia dum Ser Absoluto, fonte dos princípios religiosos, filosóficos e éticos garantidores duma civilização onde prevaleça o bem comum, a dignidade da pessoa e uma ordenação que favoreça a perfectibilidade da personalidade espiritual do homem, cujo fim último é Deus.


Ora, o socialismo marxista nega a existência dum padrão objetivo de justiça fazendo tudo decorrer do interesse de classe, preconizando uma vingança da classe proletária contra a classe burguesa e uma sua eliminação completa (em vez duma violência racional que exigiria, apenas, a eliminação dos elementos burgueses mais atrozes e prejudiciais ao bem comum) assim como o extermínio de quaisquer segmentos sociais que não estejam a altura do novo modelo de sociedade socialista preconizada, que reduz tudo a aspectos materiais bloqueando o acesso do homem a seu fim último e o desenvolvimento duma civilização que dê forma a instituições que reflitam a transcendência da personalidade humana.


Logo, a violência stalinista além de brutal e colossal – pois responsável por cerca de 20 milhões de mortes por fuzilamento, fome, deportação ou prisão em campos de trabalho forçado – foi desordenada pois envolvia criar um sistema materialista onde o espírito humano ficasse a mercê das forças econômicas por sua vez sob a direção dum Estado Moloque, um verdadeiro moedor de carne humana, e não pode ser justificada de forma nenhuma.


Sobre o Ponto 2, primeiro cabe dizer que Está no Manifesto Comunista de Marx na página 44 e seguintes que:

"O proletariado vai usar seu predomínio político para retirar, aos poucos, todo o capital da burguesia, para concentrar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado – quer dizer, do proletariado organizado como classe dominante".


Logo não é possível dizer que "Marx não teorizou uma coletivizacão via Estado" para alegar que Stálin, ao fazê-la sob direção dele em vez de colocá-la sob auspício do proletariado, desviou-se de Marx.


O filósofo alemão pai do comunismo chamava os socialistas reformistas de "utópicos" justamente por que não tinham uma teoria da História, qual seja, o Materialismo Histórico que é a Base Teórica do Marxismo. Logo havia teorização em Marx o que envolvia a conceituação das etapas a serem seguidas de acordo com as leis da dialética histórica. O que nunca houve foi descrição dessas etapas pois isso envolvia aspectos concretos só passíveis de serem estabelecidas no processo da práxis revolucionária. E por que dizemos isso? Justamente por que há quem alegue que Stálin teria ossificado o marxismo dentro dum modelo teórico fechado como se o Marxismo fosse pura práxis sem teoria. Isto é falso.

No tocante ao Nacionalismo de Stálin cabe lembrar que ele, em 1913, escreveu um artigo cujo título é “marxismo e o problema nacional” onde enfoca a questão sob o seguinte prisma:


1- As nações são realidades históricas mutáveis dotadas duma língua, psicologia, mas que são resultado das condições materiais de produção. Em suma: a idéia dum espírito nacional, da essência dum povo inexiste na concepção de Stálin.


2- Há nações postergadas que lutam contra as classes dominantes das nações poderosas e, neste sentido, é preciso apoiar o movimento nacional pois, neste caso, ele vira instrumento da revolução proletária. Por esta razão Marx apoiou as pretensões de independência nacional da Polônia Russa. Disto se depreende que a questão nacional, para Stálin e os marxistas em geral, pode ser incorporada desde que em relação com as condições históricas, enfocadas no seu desenvolvimento. Aqui se trata, portanto, dum nacionalismo puramente como meio e não como fim.


A Guerra Patriótica de Stálin prova o que dissemos acima pois ela assumiu caráter de luta pela libertação da humanidade do Imperialismo, forma superior do Capitalismo no dizer de Lênin. Todo o processo de descolonização Afro-Asiática pós segunda guerra mundial seria inexplicável sem o apoio soviético, que era fundamentada numa dialética de embate dos povos conquistados (as nações postergadas) x imperialismo capitalista.


Ainda: se Stálin ossificou o marxismo em formas dogmáticas como ele conseguiu ressignificar o patriotismo, que era qualificado, em linhas gerais, como mistificação burguesa por Marx, no bojo da práxis revolucionária soviética? Se o marxismo não é dogmático então a questão da pátria pode ser ressignificada no processo dialético da revolução. Foi o que Stálin fez. No processo da práxis revolucionária assumiu a luta patriótica como etapa da luta pela libertação da humanidade em direção ao comunismo.


Logo ou o marxismo é só teoria sem práxis e Stálin deixou de ser um marxista ao assumir o conceito de Patriótico, ou ele é práxis e teoria e, Stálin, ao assumir tal conceito, transformando dialeticamente a práxis da revolução, foi fiel ao Marxismo enquanto Trotski não por ter se fixado numa forma teórica.

Ainda há que se diga que Stálin, no plano da organização estatal, fez o que Marx teorizou: Coletivizacão dos meios de produção. Marx já no Manifesto falava duma elite intelectual que iria liderar o Operariado com base nas leis do Materialismo Histórico o que nos leva até a Ditadura do Proletariado de Lênin. A leitura de Rosa Luxemburgo e dos críticos de Stalin é um atentado ao que Marx realmente defendeu. O "Nacionalismo" de Stalin era uma mera cola para juntar aquelas repúblicas todas, é a revisão da teoria à luz da práxis da revolução de modo que Trotski estava certo no plano teórico mas não no prático. Trotski era um fanático do internacionalismo, imaginando que só a revolução permanente daria base para a existência da URSS.


Em suma: Stálin reviu a teoria a luz da práxis. Nesse sentido ele foi mais fiel a Marx pois entendia o primado da práxis face a teoria, enquanto Trotski dava primazia a teoria ante a práxis.


Dito isto, podemos concluir duas coisas:


1- Stálin não deturpou o marxismo tendo sido, antes de tudo, mais fiel a inteireza do pensamento de Marx do que Trotski;


2- Ele não foi nacionalista a rigor mas se valeu do sentimento nacional russo – deformado e degenerado na forma de bolchevismo - apenas como ferramenta para espalhar a revolução;


3- Tendo sido Stálin o mais fiel dos marxistas, seu regime pode e deve ser caracterizado como inteiramente marxiano e os crimes dele como decorrência direta do Manifesto Comunista e não como um desvio.




Refutando a tese sedevacante de que Paulo VI quis exercer Magistério

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Recentemente um sedevacante alegou que o Breve de Paulo VI In Spiritu Sancto, era uma prova a favor da sé vacante pois significava a vontade expressa do Papa em impor o Vaticano II a todo o orbe católico. Mas não é bem assim.

O referido Breve é um mero decreto de encerramento do CVII, faltando nele os costumeiros anátemas dos quais a autoridade se vale quando está a ensinar dogmas.

Vejamos bem: para que o ensinamento do Romano Pontífice seja infalível ele tem de ter a intenção de impô-lo de modo definitivo e irreformável, fundando-se em sua autoridade recebida imediatamente de Cristo. Para isso o Papa deve se valer de fórmulas e anátemas. Sem isto o ato não tem nota de infalibilidade extraordinária. Mas teria nota de infalibilidade ordinária? Também não pois os Papas Conciliares não consideram a si mesmos voz de Cristo mas voz de todo o corpo místico de Cristo. O caso da Carta Ordinatio Sacerdotalis de João Paulo II deixa isto patente ao tratar da não ordenação das mulheres em que a questão não foi apresentada em razão da autoridade pontifícia mas como expressão da voz do povo de Deus - in persona populi Dei. Essa mudança de atitude foi solenemente declarada na Ecclesiam Suam de Paulo VI de 1964, anterior ao Breve de encerramento, e é a base hermenêutica para entendê-lo, ou seja, você inverte a ordem das coisas e parte dum documento cuja luz é mero reflexo da ES que diz :

"a Igreja deve entabular diálogo com o mundo...A Igreja torna-se palavra...mensagem...colóquio...o diálogo deve marcar nosso ministério apostólico (n. 59-62). Ainda: "A DIALÈTICA deste exercício nos fará descobrir ELEMENTOS DE VERDADE NAS OPINIÕES ALHEIAS"(N.77).

Para estruturar o diálogo Paulo VI criou instituições novas para exprimir essa novidade como é o caso da Comissão Teológica Internacional (CTI), que passou a reunir teólogos de tendências opostas, sendo representativa do pluralismo teológico, e que teve sua missão definida por Paulo VI, na sua Alocução de 6 outubro de 1969, nos seguintes termos: "aos teólogos cabe não apenas comentar os ensinamentos do Magistério, como supunha o esquema clássico de PIO 12, mas o de colaborar com o Magistério"(AAS, 61 1969, 713). Isto posto citar a In Spiritu Sancto sem antes referi-la a Ecclesiam Suam é um erro crasso de leitura.

Afinal, o PT se vendeu às forças Neoliberais ou continua Socialista? Uma análise à luz da nota recente da NR

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A NR lançou uma nota recente - escrita pelo Sr. André Luiz, como podemos ver aqui: https://www.facebook.com/novaresistenciabrasil/posts/1931681497009241 - alegando que Lula é Liberal, Reacionário e Amigo dos Banqueiros. Sobre a última acusação nada a opor. Sobre a primeira e a segunda nós discordarmos, embora devamos conceder que boa parte da política econômica da era Lula foi neoliberal. 

Quanto a ser reacionário isso não faz o mínimo sentido dentro da própria argumentação desenvolvida na nota da NR porque se Lula é um Liberal-Progressista não pode ser reacionário por uma questão de coerência lógica apesar dessa conceituação fazer algum sentido dentro do método de análise da QTP  que dá ênfase ao povo, categoria por excelência da teorização política de Dugin. Partindo deste postulado o Sr. André extrai a conclusão de que é Bolsonaro quem evoca melhor o sentimento de Brasil Profundo, ainda que de maneira falsa, compreendido, desde o ponto de vista da NR, dentro da noção do "povo contra as elites", através do apelo a religiosidade moralista, da pauta de armas e de enfrentamento do congresso. Não discordo mas é impossível não admitir que Lula também evoca, de certo modo, o Brasil Profundo quando fala de emprego, comida e saúde pública (Conservadorismo Brasileiro é Saquarema, ou seja, Estado dando Proteção, Estado Paternalista) e por isso a tendência é os dois polarizarem em 2022. 

Por outro lado há uma tendência de uma extrema esquerda - com quem o discurso da NR conecta em certa medida - de ver Lula como traidor da esquerda e do trabalhador. Na prática foi isso que o que PT fez: traiu as expectativas. Mas não se iludam: o horizonte do PT não é Neoliberal mas sim o de um Socialismo Democrático que mistura socialização do poder com controle público dos meios de produção, que é o ficou claro no seu terceiro congresso em 2007. O partido sabe que o Brasil tem um contexto mais complexo que o de Venezuela e Bolívia, onde Chavez e Morales tentaram emplacar esse Socialismo do Século 21, e sabe que aqui, dada essa complexidade, se esticar demais a corda antes de ter um forte controle institucional, perde o poder. Por isso o PT é mais democrático-legalista em sua metodologia de ação que o Chavismo: em vez de rupturas ou de reformas constitucionais prefere desencadear uma evolução natural das instituições para chegar a uma democracia social radical sob sua direção hegemônica. Por isso aceita jogar o jogo neoliberal e de contemporizar até ter condições de mudar o jogo. O problema é que quando alguém se envolve demais com o jogo acaba gostando dele e por isso o PT teve dificuldades de construir sua hegemonia muito por que também se beneficiou bastante do rio de dinheiro que abastecia o partido durante as eleições: em suma, em nome do projeto de poder - que dependia dessa complacência dos poderes financeiros -  o projeto de socialismo do século 21 foi sendo adiado. Esta realidade fica clara novamente agora: se em 2018 o PT era avesso a teto fiscal, agora passou a ser a favor dele como podemos ver aqui: https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/09/13/ha-consenso-no-pt-sobre-nova-regra-fiscal.ghtml. 

Embora o PT postule uma regra mais flexível que a atual, se chegar ao poder vai jogar, de novo, o jogo de sempre como a diferença de que vai amenizar o ajuste neoliberal mas sem sair dele indicando seus limites enquanto partido que tenta um compromisso entre o Socialismo e o Neoliberalismo.  

A questão é que precisamos romper já com esse modelo antes que não sobre nada do país. Os quadros do PT não conseguem ver isso seja por excesso de pragmatismo, seja por falta dum plano consistente de ruptura, seja por compromisso com o establishment. Lula não oferece horizontes novos e é disso que precisamos. Além do mais o PT não consegue ir ao fundo dos problemas do Brasil porque, para o PT as questões nacionais tem lugar secundário face às causas sociais, que não podem ser solucionadas sem políticas nacionais mas que eles pretendem resolver com base na solidariedade internacionalista de esquerda que desconsidera que o pólo de luta agora é entre o Nacional x Global e não, primariamente, do Capital x Social. 



A Tradição da TFP não é Católica mas Liberal: o testemunho dum Carlista

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TFP: Tradição Liberal, Família Burguesa, Propriedade de estilo capitalista. 







Tomamos nota e reproduzimos aqui, logo abaixo, a relevante fala dum conhecido chileno, vinculado ao movimento política do tradicionalismo carlista sobre a TFP que consideramos útil para desmascarar a farsa que essa associação representa e o risco em que coloca os católicos incautos: 


" Tive um debate com um TFP sobre o capitalismo liberal. Concluo que não tenho palavras suficientes para expressar como a TFP me carrega, Tradição (? ), Família (burguesa) e propriedade, acima de tudo isso. É do pior do catolicismo pseudo tradicional. É uma insuportável síntese burguesa e fusionista de catolicismo pseudo tradicional com liberalismo conservador anglo-saxónico, o pior do capitalismo liberal laissez faire do século XIX com o catolicismo mais ortodoxo e tradicional, a TFP dá razão aos ortodoxos orientais quando nos acusam de ser instrumentais ao liberalismo ocidental.

São burgueses, totalmente burgueses, reclamam com razão, da terrível degeneração do mundo contemporâneo mas defendem as mesmas forças que promovem essa degeneração total, as do capitalismo e o liberalismo atlantista, não as de uma inexistente URSS. Dão-lhe mais poder do que tem à esquerda neomarxista ou pós-marxista, ignorando como esta é marionete de poderes financeiros internacionais, que eles defendem por ser ′′o bom capitalismo". Repetem tudo isso de marxismo cultural, marxismo culturais e defendem esses paleo libertários com quem tem muito em comum. Na verdade eles são libertários em economia e isso é nojento. Reduzem ao mínimo a doutrina social da Igreja quase como deveres de caridade e excluem toda a crítica ao capitalismo riscando-a de socialismo. Misturam tudo isso com uma estética estética pseudo tradicional tão cortesã, versallesca, vitoriana, que não é senão oligárquica, das castas altas, são as ′′ gentes de ordem ′′ que o padre Osvaldo Lira criticava, por burgueses. Se lessem os Pais da Igreja condenarem os ricos dos proprietários acusá-los-iam de "socialismo ". É-me particularmente incomoda essa mistura de ortodoxia católica e liberalismo anglo-saxónico pelo farisaica que é, tanto que falam da Tradição e são meros marionetes do capitalismo, o mesmo que pisoteia dia e noite tudo que é sagrado. É cripto calvinista no final, todo esse culto ao capitalismo que tem a TFP, à ′′ propriedade privada absoluta ′′ mais perto de Locke do que de São Tomás, torna-os mais calvinistas do que católicos no final.

Opõem-se duramente ao carlismo, à Ação Francesa, a regimes como o de Oliveira Salazar, acusando-os de ′′ socialismo ", mas defendem, em vez disso, monarquias liberais como a dos Isabelinos na Espanha, idolatram a Rainha Victoria e Inglaterra liberal vitoriana, que dizimou meio mundo com seu imperialismo liberal. São atlantistas anglo-americanos em política e em geopolítica são pró EUA e radicalmente anti Rússia, sendo que a Rússia é a única potência que defende valores tradicionais mas esses burros imaginam que a Rússia atual ainda é ′′ comunismo ", reproduzindo Livretos de Guerra Fria de Reagan. Eles colocam um pouco de estética vitoriana e já acham que isso é a Tradição.

Plinio Correa de Oliveira tinha bons escritos e livros como Revolução e Contra-Revolução, mas não desenvolveu um pensamento tão profundamente antiliberal e teve demasiadas contradições e coisas turvas que foram denunciadas dele.

Se eu tiver algum contato TFP, que rejeita o capitalismo liberal e o poder hegemônico dos EUA e da Inglaterra, é antiliberal de verdade, de todo o coração os chamo a sair da TFP"

Sobre a iniciação do Padre Paulo Ricardo na Tariqa de Fritjot Schuon

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Sobre a iniciação do Padre Paulo Ricardo na Tariqa Perenialista/Multiconfessional e de inspiração Islâmica de Fritjot Schuon e sua articulação com um esquema de penetração esotérica na Igreja é o seguinte:

1- Nos anos 1980, Paulo Ricardo cursou seu ensino médio em Michigan, na Fruitport High School. Indiana é um estado que fica do lado de Michigan. Da Escola em que Paulo Ricardo estudava (Na área do Pomona Park) para Blommington, Indiana, são 4 horas de carro, 5 de ônibus.
2- Exatamente a partir de 1982, Schuon foi desenvolver sua atividade nos USA, nessa mesma cidade, Blommington, ano em que Paulo Ricardo vira estudante na Fruitport. Nos Estados Unidos, onde viveu em uma chácara em meio à natureza, no estado de Indiana, Schuon escreveu seus últimos livros.
3- Foi nessa mesma época que Olavo de Carvalho ingressou na organização de Schuon.
4- Vinte anos depois - 2006 - quando já era professor de seminário e mestre em Direito Canônico com certa fama no meio eclesiástico nacional, inclusive tendo virado um referência dentro da RCC, através da Canção Nova, comunidade onde aparecia com frequência como sumidade em doutrina, o referido Padre aparece indicando Olavo de Carvalho como um filósofo a ser seguido. Pura coincidência ou fruto dum esquema que teria sido acertado nos EUA nos anos 80?
5-Tudo isso poderia ser apenas uma imensa coincidência se o Padre Paulo Ricardo não fosse adepto da tese do Padre Arintero (Em seu site há uma referência a esse padre dominicano https://padrepauloricardo.org/.../50-anos-do-concilio...) que hoje já sabemos ter se tratado dum perenialista que defendia uma nova noção de santidade, acessível a todos, pois não mais através da via ascética e mística mas da filosófica; ora "santidade" via filosofia é o que os perenialistas preconizam. Ligue os pontos.
6- O CDB, que é um organismo a serviço de Olavo de Carvalho, vende o livro Evolução Mística, do Padre Arintero, onde o mesmo defende a heresia da santidade acessível via metafísica.
7- Nos anos 2000 Olavo já tinha sido defenestrado como astrólogo, gnóstico e herege por Fedeli. Foi justamente a intervenção do Padre Paulo Ricardo, alegando que Olavo havia se convertido a fé católica, que fez uma multidão de católicos a tomarem o velho como um mestre em todo tipo de assunto. Um dos fatos que o Padre em tela usou para enganar o público foi sua visita a Olavo de Carvalho nos idos de 2006, quando declarou que o velho estava se casando no religioso com Roxane na Virgínia e que, portanto, sua ida aos EUA era especificamente para participar do Casamento que provaria sua conversão. Na ocasião a fotografia acima foi divulgada. Pouco depois, o suposto casamento, que justificou a viagem intercontinental do Pe. Paulo Ricardo, sofreu um rebaixamento passando a simples cerimônia civil que, para justificar a presença do sacerdote, coincidiu com as Bodas de Prata do casal que na verdade havia se unido em 1986.
8- Nesse mesmo ano - 2006 - foi que um ex amigo meu me indicou Olavo como um guia para os católicos dizendo me, "olha, o velho se converteu, agora ele é católico, vamos tomá-lo como referência, etc". Eu já conhecia Olavo desde os anos 1990 quando lia a revista Planeta, uma publicação de cunho esotérico onde ele costumava escrever, lia vez ou outra alguma coisa dele que saía no Globo, e sabia que era um esotérico de quatro costados mas confiei em Padre Paulo Ricardo que divulgava essa conversão insólita de Carvalho.
9- Foi confiando no relato de Padre Paulo que me matriculei no COF e vi com meus olhos que nada havia mudado: Olavo continuava indicando Guenon e Schuon além do curso de Cosmologia e Astrologia do Filho, o Gugu. Fedeli é quem tinha razão: aquela conversão era mentirosa, Olavo seguia tendo a mesma doutrina. Por que Padre Paulo, mesmo sabendo disso, nunca deixou de recomendar Olavo?
10 - Se depois disso tudo você ainda continuar a levar a sério o Padre Paulo Ricardo - que além de tariqueiro e mentiroso é um herege que postula a salvação dos protestantes, a liberdade religiosa, o ecumenismo, entre outras falsas doutrinas - lamento mas você não passa dum otário e/ou dum canalha a serviço do mesmo projeto.

15 de Novembro e a necessidade dum Novo Estado Novo!

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Precisamos duma Nova Elite Nacional capaz de nos livrar da velha elite fisiológica e coronelista cujos interesses privados se sobrepõem ao Brasil. 

 






Platão transcendeu o debate Monarquia x República no seu diálogo "As Leis" quando mostrou que, mais importante que a forma de governo, são as Leis que dão um conteúdo a esse governo: entre uma monarquia liberal e uma república aristocrática ficamos com a segunda embora concordemos que, teoricamente, a Monarquia seja, no aspecto da forma, pelas razões expostas por Santo Tomás de Aquino no “De Regno”, superior a República.


 Todavia, na prática, o sucesso da monarquia vai depender dum bom rei, o que nem sempre é fácil de encontrar ou produzir, óbice este inexistente nas repúblicas já que dependentes mais de boas instituições que de um chefe qualificado.


 Especificamente quanto a História do Brasil a queda da Monarquia não se deu por uma decadência da mesma mas justamente no momento em que ela começava a fazer as necessárias reformas das instituições, colocando o país na rota do progresso sem perder de vista nossa essência. Os que deram o golpe de 15 de Novembro instauraram, ao contrário, um regime que, tendo se tornado uma República de Fazendeiros e Coronéis que representava o mais feroz localismo, exprimindo a ideologia dos Luzias do Império (Liberais avessos a uma Elite Nacional calcada na ideologia do Estado como motor do desenvolvimento pátrio) e um americanismo indisfarçável (Como nos apresenta Eduardo Prado em sua obra de leitura obrigatória chamada “A Ilusão Americana”) acabou ganhando caráter reacionário e anacrônico pois desatento ao clamor do movimento abolicionista e dos ex escravos recém libertos assim como das camadas mais pobres e das camadas médias mais participativas da sociedade civil. 


A velha República, criada em 15 de Novembro,  em vez de ir na direção duma reparação histórica da escravidão por meio dum projeto de reforma agrária que seria posto em prática pela Princesa Isabel, uma vez Rainha do Brasil, e da implementação duma mais ampla cidadania, acabou brecando, por 40 anos, o progresso político e social do Brasil graças a adoção dum modelo estadunidense de república que privilegiou oligarquias, modelo no qual a Revolta de Canudos, uma insurgência de pobres sertanejos massacrados pelos coronéis que eram a elite política daquele regime atrasado e decadente, assume caráter de símbolo mais expressivo dessas múltiplas demandas nacionais esquecidas pela elite da Velha República.


É bem verdade que com Vargas a República no Brasil ganha, finalmente, ares nacionais e populares mas sem jamais perder esse fundo oligárquico perverso que nos impede de avançar e que vez ou outra se reapresenta e que agora se manifesta na forma de Centrão.


Portanto o 15 de Novembro deve ser, para todo nacionalista, uma data de reflexão que nos leve à pensar a construção duma República Nacional, oposta a esta que, tendo sido criada em 1988, após o trauma da ditadura, acabou nos legando uma constituição social-democrática fraca e defeituosa pois incoerente com nossas necessidades além de incapaz de dar voz ao povo, constituição que empodera indivíduos e minorias enquanto desempodera a Nação e o Estado frente aos poderes estrangeiros e financeiros impedindo a nascimento daquela Elite Nacional sonhada na era do Império pelos Saquaremas, que seria capaz de guiar a Nação, por meio da ação Soberana do Estado, à Grandeza, Prosperidade e Justiça.


Por um Novo Estado Novo que termine a obra redentora de Getúlio Vargas!

A mídia mente sobre Bento 16 e Pedofilia: entenda por quê!

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    A mídia internacional deu destaque a uma manchete que aponta Bento 16 como culpado por abusos sexuais de padres contra crianças. No Brasil a Gazeta do Povo, aqui: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/breves/papa-emerito-bento-xvi-sabia-de-casos-de-abuso-de-criancas-na-alemanha-diz-relatorio/, traz uma matéria sobre isso. A tática da grande mídia, quando se trata da Igreja Católica, é velha e já foi delineada lá no século 18 por Voltaire que mandava “esmagar a infame” se referindo ao Catolicismo. É a estratégia do “Calunie sem cessar. Algo fica”. Isto posto é preciso lembrar como Bento 16 lutou, quando Papa, contra a pedofilia no Clero criando mecanismos mais eficazes de combate à mesma.


    Cabe lembrar como Bento 16 posicionou o cardeal Bertone como secretário de Estado e que foi ele quem segurou as decisões nada simpáticas do então Papa contra o Cardeal Mahony de Los Angeles que acobertou crimes de pedofilia de seus padres. Bento 16 criou instrumentos para punir bispos omissos nos casos de pedofilia e isso desagradou imensos setores do episcopado que se voltaram contra Bertone, dando começo a crise que levaria a renúncia de Ratzinger, que era quem sustinha, como Secretário de Estado, estas medidas. Importa entender que o Papa não pode demitir um Bispo que acobertou pedófilos; o código de Direito Canônico só considera esta possibilidade em casos que atentem contra a verdade de fé. A pedofilia é ato gravíssimo mas não é contra a fé. No entanto Bento 16, como possuidor de poder pleno e supremo para julgar e legislar na Igreja, criou mecanismos que levam um bispo a pedir demissão. Mas agora tudo isso passa ao largo da cobertura midiática: o que importa é difamar a Igreja. Notem que a matéria acima elenca que a investigação chegou a conclusão que quando Bispo de Munique, foi informado de padre abusadores mas não agiu para afastar os suspeitos. 

    Cabe lembrar que uma mera denúncia, sem indícios veementes, não é suficiente para afastar um padre de seu ofício. Exigir que sanções fossem tomadas pelo simples fato de ter sido “informado” beira o absurdo. A matéria não esclarece se uma investigação foi instaurada e a suspeita afastada. 

    Bento 16 já teve a oportunidade de abordar o problema: o ex-papa aduz que a culpa disso é da revolução sexual. Nesse gráfico https://www.bishop-accountability.org/reports/2004_02_27_JohnJay_original/cleric3.pdf podemos ver que a década que produziu o maior número de abusadores sexuais foi, de fato, a década de 1960. 

    Por que a mídia, que exalta a revolução sexual, não põe na sua conta a culpa pela pedofilia no clero? Aliás outra pergunta que não quer calar é por que os órgãos de informação não abordam os fatos trazidos à baila pelo trabalho de Michael Rose ( que vocês podem ler aqui https://catolicidadetradit.blogspot.com/2013/02/como-o-movimento-gay-penetrou-na-igreja.html) sobre a penetração de homossexuais nos seminários católicos, por obra do movimento LGBT, e como isso impactou na pedofilia dentro do clero?

Lista de heresias públicas, notórias e pertinazes de Olavo de Carvalho, morto na impiedade

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Lista de heresias públicas, notórias e pertinazes de Olavo de Carvalho, morto na impiedade:


- Negação da Graça;

A inteligência pode, por si mesma, elevar-se a esfera do infinito e absoluto...Somente o cultivo do intelecto abre o homem para a dimensão do espírito, colocando-o acima de si mesmo / 05-04-2017

- Identidade substancial entre Deus e o homem;

"Deus não é "exterior"à consciência: é o seu núcleo mais íntimo e pessoal""Todo ser humano possui esse núcleo". "Descoberto sob a dupla aparência de consciência e de presença, é o mesmo Logos, a mesma Inteligência que se manifesta dentro e em torno de nós, que dialoga comigo sempre que um homem vê uma pedra e a pedra é mostrada ao homem"(Olavo de Carvalho, artigo Lux in Tenebris", in Jornal da Tarde, 25- XII- 1997).

- Deus impossível de ser conhecido pela razão;

" Se há um Deus onipotente, onisciente e onipresente, é óbvio que não podemos conhecê-Lo como objeto, ou mesmo como sujeito externo, mas apenas como fundamento ativo da nossa própria autoconsciência, maximamente presente como tal no instante mesmo em que esta, tomando posse de si, se pergunta por Ele." - Deus dos Palpiteiros, artigo de 2009.

- Teologia não é superior à Filosofia

"a diferença entre teologia e filosofia não é a diferença existente entre duas ciências ( uma superior e outra inferior e subordinada) mas, sim, a mesma diferença que há entre fatos e teoria." - http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/.../olavo-de...)

- A mente individual deve examinar o dogma (heresia modernista que visa ressaltar a necessidade de estudar o dogma a luz de sua evolução a fim de concluir que dogmas não caem do céu mas são interpretações da mente humana em face de um problema religioso)

"ninguém tem o direito de proibir que a mente individual, no empenho de compreender o sentido do dogma proclamado, siga mais ou menos os mesmos passos da discussão, detendo-se em cada dificuldade pelo tempo necessário, mesmo conhecendo de antemão o resultado a que deva chegar. Afinal, uma conclusão só faz sentido como resposta à dificuldade que a suscitou".

- Cristianismo é esoterismo

"Quando fui para a Tariqa não estava atrás de religião mas dum conhecimento mais profundo da vida espiritual, independente de preferências confessionais... Foi só quando conheci Schuon que entendi que o Cristianismo era uma ciência, a Ciência das Ciências". 15 de Março de 2014

- O magistério é incapaz de assegurar a fé;

" o processo do conhecimento - incluído aí o conhecimento da fé - não pode ser transmitido por uma autoridade coletiva - quer dizer por um magistério público como o magistério da Igreja - mas tão só por indivíduos que tenham elaborado a "verdade fática" do cristianismo interiormente para dar a ela forma teórica. A um outro indivíduo que recebesse a teorização da fé em forma de dogma caberia fazer o processo de ligação entre a teoria e os fatos que são a essência mesma da fé; ou seja, não basta para cada fiel receber as fórmulas dogmáticas para terem acesso a fé: eles devem obrigatoriamente reconstituir a "verdade fática" originária em seu interior. Só aí o legítimo entendimento do dogma seria possível...o dogma não garante a verdade doutrinal, assim sendo os ensinamentos solenes do magistério nada resolvem, pois toda fórmula, pelo caráter simbólico que tem, pode deslindar para a heresia já que sempre permitiria diversas interpretações."- Março de 2014

- Maçonaria é compatível com Catolicismo;

""Conheço muito católico que está na maçonaria que é bom católico...esses que lutam pela pacificação da maçonaria com a Igreja Católica...eles estão certos" - Ouçam o áudio aqui: http://imperiya.by/.../Olavo-de-Carvalho...)

- EUA maior nação cristã da História;

"Maçonaria fez muita merda na história mas criou os EUA que são a maior nação cristã da terra...então é um meio a meio...a maior nação cristã do mundo foram os maçons que construíram" de 00:20 a 01:00 minuto no áudio acima.

- Maçonaria não é anticristã;

"há evidente mistificação em interpretar toda a simbólica maçônica...no sentido de um anti cristianismo"- Olavo de Carvalho na p. 237 do Jardim dos Aflições.

- Separação entre fé e autoridade da Igreja;

"Fé não é crer no que a autoridade diz mas permanecer fiel a uma verdade conhecida" - 26/01/2018.

- Anticlericalismo;

"O filhinho de Georges Bernanos quando via uma comissão de padres para visitar o pai anunciava:
Pai, os idiotas vem aí." - 26/01/2018

- Dogmas são produtos da interpretação da mente e não verdades caídas do céu;

"Um só dogma pode ter mil transposições filosóficas diferentes"- 25/01/2018.

- Salvação só por "fé" sem obras;

"Se só a fé salva mas a fé sem obras é morta devemos fazer o bem para dar a Deus um pretexto elegante para nos salvar" - 21/12/2016

- Preservar pessoas de contato com o demoníaco é um erro;

"A falta de contato com o reino do demoníaco impede o acesso a vida religiosa profunda, às profundezas da filosofia e às profundezas das artes e ciências

Israel Azevedo: Professor, quando o senhor fala de contato com o demoníaco, o que quer dizer?

Olavo: todo o reino do ocultismo" - 18/01/2018.

- Legitimação do Juros e da Usura ( Artigo http://www.olavodecarvalho.org/.../capitalismoecristianis...)

- Condenação da Doutrina Social da Igreja e legitimação do liberalismo ( Artigo http://www.olavodecarvalho.org/.../capitalismoecristianis...)

-O homem não precisa da revelação para chegar a Deus;

"a Filosofia no sentido mais puro", buscando "a unidade do conhecimento" encontra Deus no mais fundo da consciência humana " (Cfr. Olavo de Carvalho, Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho, bloco 8, junho de 1998, p. 15).

Provérbios 10, 7: A memória do justo é abençoada, mas o nome dos ímpios apodrecerá. 
Caio César, Bruno Menezes e outras 5 pessoas

A Rússia de Putin é uma ameaça aos católicos?

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Há muitos católicos temerosos dum neo-expansionismo russo . A alegação é que Putin poderia trazer de volta a práxis político da URSS marcada pela perseguição à religião que foi intensa e, num primeiro momento, atingiu todas as Igrejas: desde católicos a cismáticos “ortodoxos”, passando por protestantes batistas. Em 2008, quando apresentamos nossa monografia no curso de História da UERJ, mostramos como essa estratégia se desenvolveu e evoluiu até ao ponto que Stálin, percebendo a impossibilidade de destruir o sentimento religioso, resolveu favorecer a Igreja Ortodoxa Russa que historicamente vem sendo a religião predominante dos russos. Naquele período a “Ortodoxia” obteve um status de religião tolerada ficando sob forte controle do Politburo. Quando o regime soviético caiu a religião voltou a ter liberdade mas o número de católicos romanos era muito baixo, cerca de quinhentos mil quase todos ligados a minorias étnicas. A queda da URSS trouxe nos países que foram seus satélites, tensões entre o Patriarcado de Moscou e as Igrejas Católicas de Rito Oriental tanto na Criméia, quanto na Ucrânia e Romênia, acusadas pelos cismáticos “ortodoxos” russos de roubar templos e de influenciar cismáticos de outros patriarcados a reconhecer o papa como líder espiritual, coisa que o Patriarcado de Moscou não admite.



Sabemos que desde a ascensão de Putin o Estado e a Igreja Russa vem se aproximando de modo que o Patriarcado de Moscou hoje exibe um status privilegiado dentro do país. Na Rússia atual até os membros do partido comunista – que segue existindo sob a chefia de Zyuganov – se reconciliaram com a religião “ortodoxa”. Zyuganov já disse ao Patriarca de Moscou que o “maior erro dos meus predecessores foi que eles abandonaram a Igreja”. Logo, podemos ver um reencontro de Estado – Igreja mas sob a forma do cisma de 1054. Essa é a razão pela qual certos católicos imaginam que um crescente poder russo pode trazer problemas para a Igreja de Roma. Inclusive, na época da tomada da Criméia por Putin, houve padres romanos que relataram perseguições tais como o cura Iavorski, que foi sequestrado; acontece que ele era capelão das forças armadas e da polícia e sabemos que em uma guerra os alvos prioritários são os oficiais e soldados.



Portanto o uso desse fato para justificar um temor de perseguições russas generalizadas ao catolicismo, na era Putin, é, ao meu ver, exagerada e usada para fins de legitimação do ocidente entre católicos. A questão, apesar de pertinente, deve ser pesada sob três aspectos:



1- A nova constituição russa dá voz a religião na vida pública e reconhece como religiões do povo o “budismo, o islamismo e a ortodoxia”, estando o catolicismo excluído. Lembro que a Rússia é um país multiétnico que tem populações de origem mongol na Sibéria – onde o budismo se faz presente – e de origem tártara que corresponde a catorze por cento da população e que é adepta do islão. Mesmo assim a religião católica tem a proteção da lei e segue viva entre as minorias étnicas (polacos, armênios, alemães) na Rússia.



2- No ocidente laico a religião – seja qual for – está excluída da vida púbica e cada vez mais ameaçada pela cultura lgbt que se vale da “homofobia” - expressão imprecisa, lata e que abre brecha para qualquer coisa ser tipificada como tal, até a simples lembrança por parte dum padre católico ou “pastor” protestante de que a prática sodomita é pecado ante Deus – para criminalizar tacitamente todas as religiões monoteístas.



3- Um império russo sobre a Europa talvez trouxesse dificuldades para os católicos romanos de países do leste europeu – caso a Rússia conquistasse essas regiões - onde eles são minoria frente aos cismáticos – Caso da Sérvia, Macedônia, da Bulgária, etc – dada a relação íntima Estado e Patriarcado no Regime de Putin mas também haveria choques com os patriarcados 'ortodoxos' locais, independentes de Moscou e que, dificilmente iriam ceder a um status de submissão; por isso mesmo é difícil apostar que um tal Império pudesse se estabelecer sem um acerto prático com o Vaticano e com a maioria católica na Polônia e da Hungria que nem mesmo o totalitarismo comunista pode eliminar – isso, é claro, na improvável hipótese duma expansão desse quilate.




Isto posto, pesadas as vantagens e desvantagens duma possível expansão russa é preciso dizer que:




1- As desvantagens seriam maiores em regiões onde a Igreja já enfrenta dificuldades – países de maioria cismática – e menores em países onde ela é maioria – isso se pensarmos na possibilidade remota duma restauração do Império Romano sob Putin em que ele governasse de Paris a Moscou.




2- O mais provável é que a Rússia busque apenas uma retomada do antigo espaço territorial da URSS, e isso só será possível se Putin tiver sucesso na Ucrânia. As vantagens dessa expansão – pensando em termos duma improvável conquista da Europa – seria o colapso do regime liberal que, pouco a pouco, vai criminalizando qualquer religião que defenda a lei natural. Num quadro desses Putin teria que se apresentar como defensor dos direitos tradicionais da religião em geral e mesmo que desse status privilegiado ao Patriarcado de Moscou teria que reconhecer os direitos dos católicos romanos e de outras Igrejas a fim de ter base para governar como o novo Augusto.




3- Putin pode não ser um novo “Carlos Magno” do qual a catolicidade precisa mas ajuda a frear o liberalismo ocidental e a manter de pé a lei natural. Já tivemos no Ocidente, mais precisamento nos EUA, agentes de cartório sendo presos por se recusarem, por conta de sua fé, a celebrar casamentos lgbt. Impensável tal coisa num mundo sob Putin que, aliás, sempre manteve a linha de diálogo aberta com Roma desde sua visita a Bento 16 em 2007. .

Guerra justa é só a guerra defensiva? A opinião de São Gregório de Tours!

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Clóvis, rei franco, teve suas guerras ofensivas celebradas por São Gregório de Tours



Diante da operação especial da Rússia na Ucrânia - classificada por inúmeros "analistas" como guerra ofensiva - a consciência católica se pergunta se tal empresa é justa ou não, afinal, via de regra, prevalece a posição de Santo Agostinho que concebe apenas a guerra defensiva como moralmente válida. 


O primeiro ponto a que devemos nos ater é que o conceito de defesa não é tão restrito como alguns imaginam: em certas ocasiões é preciso atacar para não ser atacado, aquilo que, na doutrina militar, chamamos de "ataque preventivo". A operação especial da Rússia na Ucrânia - lembro que não houve uma declaração oficial de guerra - pode ser classificada como ataque preventivo contra a expansão da Otan e a probabilidade de instalação de bases nucleares norte americanas na Ucrânia, colocando a Rússia, e o mundo, em severo risco o que justificaria a medida tomada pelo Kremlin. 


O segundo ponto é que santos como Gregório de Tours, autor da famosa "História dos Francos", chegou a justificar a guerra ofensiva. E aqui precisamos focalizar a biografia que Gregório faz da vida de Clóvis que uniu a tribo dos Francos e se aliou a Igreja, sendo o primeiro rei do Estado Franco. Ao suceder seu pai, Childerico, Clóvis herda o controle de Reims e Tournai. Percebam que Clóvis não se limitou a manter as terras herdadas mas ampliou seus domínios vencendo os turíngios e conquistando Soissons. A tomada de Soissons por Clóvis foi consagrada pelo Bispo local. Depois que Clóvis se converte a fé cristã ele acumula vitórias em guerras ofensivas contra os alamanos e burgúndios, povos bárbaros ainda pagãos. Quando de sua guerra contra os visigodos vai invocar a proteção de São Martinho na Basílica de Tours. Clóvis termina vencedor e é declarado augusto e cônsul. Gregório de Tours vai definir Clóvis como fiel cumpridor da vontade de Deus e que a recompensa pela sua fidelidade era a vitória nas batalhas expansionistas. Gregório usa as seguintes palavras:

"dia a dia Deus entregava seus inimigos em sua mão e aumentava seu reino pois Clóvis caminhava com Deus com coração reto e fazia o que era agradável aos seus olhos".

Percebam que Gregório faz vista grossa sobre a inteira falta de escrúpulos de Clóvis em aumentar seus domínios quanto em executar os seus adversários, inclusive familiares. Sabe-se que Clóvis, para unificar os francos, matou inclusive seus parentes fazendo o sangue jorrar em profusão. Apesar disso Gregório entende que Clóvis não era merecedor de censura pois fez isto tudo para maior glória de Deus já que a expansão de seu reino era, por tabela, a expansão da cristandade católica tanto que depois de sua morte ele é enterrado na Basílica dos Santos Apóstolos e celebrado como um Novo Constantino. 


Logo quando um rei ou chefe é protegido de Deus e faz guerras ofensivas para espalhar o estado sob Deus o ímpeto conquistador parece justificado. Neste caso haveria uma exceção à regra geral de que a guerra defensiva é a única legítima dum ponto de vista cristão. Um caso que nos ajuda a iluminar tal questão é o das Cruzadas: embora ele tenha iniciado sob a justificativa da agressão turca aos cristãos de Jerusalém, ela foi além do objetivo pontual de libertar os locais sagrados da infâmia dos turcos expandindo o domínio cristão sobre toda a Palestina com o Reino Latino de Jerusalém cujos domínios iam de Edessa, passando por Antioquia, Trípoli, Acre e Ascalão. 


Bibliografia

Brown, Peter. El primer milenio de la cristiandad ocidental. Barcelona, Crítica. 

Fletcher, E.The Barbarian Conversion. New York: Henri Holt. 

 

E. Jones revela como a CIA interferiu no Concílio Vaticano II e por que a Igreja tem perdido a luta cultural

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Padre Murray, agente da CIA infiltrado no Vaticano II

 

    A guerra psicológica e doutrinária da CIA, tornou-se operacional em 1953. Em outras palavras, antes que possamos entender o que está acontecendo agora temos que voltar atrás e entender o que aconteceu em 1953, o ano crucial em que a CIA assumiu a Casa Branca e inaugurou a era da guerra psicológica, efetivando, no Irã, o golpe de Estado que derrubou Mossadegh e colocando o fantoche da América, o Xá Reza Pahlevi no Trono do Pavão. 1953 foi também o ano em que a CIA lançou o seu programa de guerra doutrinal contra a Igreja Católica. O programa foi criado por um professor da Universidade de Georgetown com o nome de Edward Lily, mas seus principais executores eram Henry Luce, editor e fundador da revista Time, John Courtney Murray, o jesuíta que aconselhou Luce em assuntos católicos, e CD Jackson, o agente da CIA que era o enlace da agência com a publicação império Time / Life.


   A CIA precisava de uma narrativa de base para orientar eventos. E, ao longo dos anos 1950 os agentes Jackson e Luce tinha trabalhado nas páginas de TIME para produzir essa narrativa. Eles haviam lançado o padre Murray como o servo sofredor, vítima progressiva do retrógrada e tradicionalista Cúria Romana, liderada pelo Cardeal Ottaviani. Qualquer um que defendeu Ottaviani, como PP. Fenton e Connell, foram simplesmente ignorados ou retratados como atrasadas, teólogos judiciais de pensamento cabeça-dura. A Revista Time retratava João XXIII como um Papa essencialmente americanista. Jackson e Luce criaram a expectativa de que grandes mudanças estavam vindo da Igreja Católica. 


    A partir de 1963, Murray, Luce, e Jackson usando programa de guerra doutrinal da CIA, passaram a interferir no Concílio Vaticano II e transformá-lo no que o Papa Bento XVI chamaria mais tarde de "o Conselho dos Meios de Comunicação" que passava a dar a interpretação conveniente dos Documentos da Igreja, não importa o que eles realmente dissessem. Murray continuou esta campanha de guerra psicológica, escrevendo as notas à tradução Abbott, dedicada a falar da "Dignitatis Humanae". Essas notas davam a impressão de que a Igreja Católica aceita agora a versão americana da liberdade religiosa e a separação entre Igreja e Estado.


     As Notas de Murray enfatizaram o valor da Primeira Emenda e imunidade de coerção. Fiel a seus assessores norte-americanos, os comentários de Murray também apontou para o comunismo soviético como a única verdadeira ameaça para a liberdade e para a Igreja Católica, omitindo o liberalismo.


    1965, o ano em que o Concílio Vaticano II terminou, foi também o ano em que a Igreja Católica abandonou o ensino tradicional sobre a relação entre a Igreja eo Estado. Em vez de reclamar, como o Papa Leão XIII tinha feito, que a Igreja era para o estado o que a alma é para o corpo, a Igreja aceitou agora a separação americana de igreja e estado como algo, não apenas para ser tolerado, mas algo bom em si mesmo .


    Os resultados desta decisão tem sido desastrosos, tanto para a Igreja quanto para o mundo: sem o abrigo do Estado a Igreja Católica perdeu todas as batalhas nas guerras culturais por 50 anos. 


    A Igreja falhou consistentemente porque nos últimos 50 anos, ela tem sido intelectualmente destruída por um conjunto de idéias ruins que garantem o fracasso. A principal idéia ruim no cerne do problema é a liberdade religiosa. Os católicos tem falhado pois aceitando a filosofia libertária para a ordem econômica e política imaginando que isso os protegeria do comunismo mas isto levou à sociedade aceitar o libertarianismo com respeito a toda a ordem social. E as Sagradas Escrituras nos ensinam que parte da vida é a guerra contra as paixões e a mentira da qual as falsas religiões são expressão, e o libertarianismo rejeita essa guerra.Sem uma guerra da Igreja contra o Liberalismo ele continuará perdendo as batalhas contra o mundo e seu príncipe, o Diabo. 


- Adapatado de E. Michael Jones

Por que o "marxismo" cultural é capitalismo?

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A direita conservadora costuma fazer uma enorme confusão quando o tema é família e marxismo. A compreensão dominante na cena conservadora é que a nova esquerda é marxista e que o marxismo propugnava a destruição da família patriarcal. A raiz da confusão é a leitura superficial que fazem do livro de Engels sobre a Origem da Família, da Propriedade e do Estado, no qual ele postula que foi o desenvolvimento da propriedade privada que criou o patriarcado – um chefe com poder sobre os membros da gens ou clã – e que essa instituição estabeleceu o primeiro antagonismo de classes, entre homem e mulher, e por tabela o Estado. Engels considera, erradamente, que antes do estabelecimento do patriarcado teria existido um matriarcado e que nele, vigoraria o comunismo de bens e de relações sexuais: todos os homens do clã seriam de todas as mulheres e vice versa, sendo os filhos daí gerados, responsabilidade de todo o clã. Nesta forma de família a parentela é estabelecida pela linha materna, cabendo as matronas definir o lugar e função de cada membro do clã além de distribuir os bens como alimentos e campos de cultivo. Pois bem: essa tese jamais foi confirmada pelos antropólogos ou historiadores embora tenha sido defendida por Bachofen e Frazer, no século 19, que pegaram casos isolados de tribos do Havaí e Polinésia para generalizar que todos os povos passaram por um estágio de matriarcado para depois transitarem para o patriarcado. Hoje os antropólogos concordam que não existem provas consistentes de sociedades francamente matriarcais.


O erro dos conservadores é ignorar que o marxismo nunca adotou como práxis a luta contra o patriarcado mas sim a luta de classes, meio para debelar uma revolução que estabeleça uma propriedade coletiva dos meios de produção, que ficariam sob a regência do estado e não dum matriarcado. É verdade que Engels dizia, na obra supra citada, que “um lar sob direção feminina é um lar comunista” mastomando em consideração a estrutura social de tribos polinésias em que uma supostagens oriunda duma matriarca tinha bens em comum. Também é verdade que para o marxismo o fim do patriarcado virá com o fim do capitalismo: mas o foco nunca foi destruir o primeiro e sim o segundo para acabar com o primeiro. O marxismo nunca teve nem terá como foco a destruição duma estrutura familiar qualquer pois para Marx e Engels essas estruturas são produto do modo de produção capitalista e não realidades autônomas que poderiam deixar de existir mesmo dentro duma sociedade e economia capitalista.


A nova esquerda, nos anos 60, inverteu essa equação pois ela espera destruir o capitalismo matando a família patriarcal, nuclear, burguesa (que aliás são conceitos diferentes e que são confundidos pelos autores da esquerda). Marcuse, autor neomarxista, na obra Eros e Civilização, é quem vai avançar na tese de que a liberação da libido seria uma frente de luta contra a sociedade do capital. Assim ele entende que destruída a família patriarcal que reprime a libido, surgiria uma nova forma de sociedade onde o corpo do sujeito sexualizado daria lugar a novas relações de trabalho, abrindo caminho para o fim do capitalismo.


Acontece que o capitalismo já destruiu a família patriarcal que consistia no pai de família controlando os meios de produção; a industrialização acabou com a oficina familiar; o que restou do patriarcado foram alguns dispositivos jurídicos e uma cultura que diferencia o papel sexual masculino e feminino; para eliminar de vez esses resquícios o capitalismo soube absorver a proposta neomarxista desenvolvendo novos nichos de mercado a partir do Maio de 68, movimento claramente influenciado pelas teses marcusianas, através da indústria pornográfica, da erotização da cena musical internacional, etc. A nova ênfase cultural no desejo individual – proporcionada pelo marcusianismo - permitiu realocar capital em produção voltada a demanda e a diversificação de produtos, atendendo ao gosto do cliente, dando vazão, nos anos 70, a uma reestruturação do sistema capitalista mantendo-o como modelo vigente face a concorrência do socialismo soviético, cada vez mais estagnado. Nesse contexto é que entra a segunda onda do feminismo que assumiu a tese dummatriarcado nas origens da humanidade mas dentro dum enquadramento liberalizante: o objetivo não era recriar os velhos clãs matriarcais mas usar a tese para propagar a idéia de que não há uma natureza feminina ligada a cumprir uma missão como esposa e rainha do lar que era o valor dominante nos anos 50/60. Essa segunda onda visava liberar a mulher do esposo, pelo divórcio, da casa, pela inserção no mercado de trabalho, da maternidade, pelo uso de contraceptivos e pelo recurso ao aborto para dar vazão a liberdade sexual. Isso ajudou decisivamente a modernização técnica e produtiva do capitalismo dos anos 70 pois houve uma corrida ao corte de custos com substituição de fontes de mão de obra remunerada mais cara por outras mais baratas com destaque para a feminização da força de trabalho remunerado. Tanto é verdade que em 1940, as mulheres casadas que viviam com os maridos e trabalhavam por salário somavam menos de 14% do total da população feminina dos EUA. Em 1980, eram mais da metade.


Agora osnovos formatos de “família” defendidos pelos partidos de esquerda não estão trazendo nenhum novo formato de propriedade capaz de desafiar o modo de produção capitalista: boa parte da militância lgbt é para que duplas gays possam se casar no civil a fim de que possam ter seus direitos patrimoniais garantidos. E não faltam pessoas de direita que defendam um contrato civil entre os envolvidos para assegurar seus direitos de propriedade individual.


Num futuro não muito distante, todo esse experimento em torno de novos arranjos “familiares” - mães solo, “famílias” formadas por filhos de pais diferentes, trisais, duplas lgbt – podecriar um caldo confuso em que será praticamente impossível determinar um herdeiro inconteste do patrimônio familiar, mas isso de per si não gera um contexto propícioa retomada da propriedade coletiva, favorecendo o comunismo. Pelo contrário isso estabelece de vez a soberania do indivíduo contra o estado, a religião, a sociedade, a quem caberá decidir, em última instância, o que é ou não família.

É falso que a Igreja maltratou índios nas escolas do Canadá

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Francisco diz no Canadá que "fé não pode ser imposta" porém isso não aconteceu nas escolas indígenas administradas pela Igreja no Canadá: na maioria dos casos os pais indígenas mandavam seus filhos a estes estabelecimentos por livre vontade. 

 


    Um grupo de cerca de uma dúzia de acadêmicos no Canadá não acredita em toda a história sobre as escolas residências, administradas por freiras e padres, para crianças indígenas, que o Papa Francisco endossou chegando ao disparate de pedir perdão sobre fatos nunca comprovados. Antropólogos militantes pela pauta decolonial com ajuda da mídia internacional criaram a narrativa de que religiosos católicos associados ao estado canadense, teriam perpetrado um “genocídio” cultural e maus tratos generalizados sob a justificativa de salvar almas e civilizar selvagens. Porém diversos historiadores profissionais negam a versão assumida por Bergoglio. “Nenhum corpo foi encontrado”, disse Jacques Rouillard, professor emérito do Departamento de História da Université de Montréal, ao The Post. “Após meses de recriminações e denúncias, onde estão os restos mortais das crianças enterradas na Escola Residencial Indígena Kamloops?” Larry Read, porta-voz dos responsável pela comissão que analisa a denúncia, confirmou que nenhum corpo ainda foi exumado da escola Kamloops e nenhuma data foi definida para iniciar as escavações. Ele acrescentou que o relatório que mostra os resultados do radar de penetração no solo (GPR) não foi divulgado. Rouillard, que primeiro defendeu o que disse ser uma total falta de evidências para as valas comuns em um ensaio de janeiro, não nega que abusos graves possam ter ocorrido em escolas residenciais. 

Mas ele e outros questionam a narrativa altamente carregada sobre a escola Kamloops, que inclui crianças sendo assassinadas e enterradas no que alguns alunos do passado dizem ser um pomar de macieiras. Sarah Beaulieu, antropóloga da Universidade de Fraser Valley, foi contratada para escanear e pesquisar o local. Ela disse que sensores remotos detectaram “anomalias” e “reflexos” que indicam os restos mortais de crianças. Eles usam muitas palavras como ‘genocídio cultural'”, diz Rouillard e que “Se isso for verdade, deve haver escavações. Tudo é mantido vago. Você não pode criticá-los. Os canadenses se sentem culpados, então ficam quietos.” Os membros da “Primeira Nação”, índios que se consideram os descendentes dos indígenas que viviam no país antes da chegada dos europeus acreditavam há muito tempo que a área continha os restos mortais de estudantes de Kamloops. Quando eles decidiram usar os fundos federais que conseguiram durante o Covid para contratar um especialista para procurar os restos mortais, os resultados foram rápidos o que aponta para uma provável fraude paga para favorecer uma pauta política. Do ponto de vista do analista Yellowhorn, a evidência real da vala comum no local de Kamloops é escassa. Tudo o que o radar mostra é que existem anomalias ou reflexos”, disse ele. “A única maneira de ter certeza é descascar a terra e verificar o que está por baixo. Não chegamos ao ponto em que podemos fazer isso. É um trabalho enorme.” Apesar de seu próprio ceticismo, Yellowhorn diz que é perfeitamente possível que, se as escavações forem realizadas em Kamloops, restos humanos reais possam ser encontrados, assim como em 2014 na Irlanda, depois que o radar de penetração no solo mostrou anomalias em uma das notórias mãe do país e lares de bebês. Já a professora canadense Frances Widdowson disse que ninguém se atreve a questionar os líderes indígenas no Canadá nos dias de hoje, o que torna difícil verificar suas alegações sobre restos mortais de crianças enterrados. 

Afinal, os detentores do conhecimento não podem ser questionados, porque fazer isso seria visto como ‘desrespeitoso'”, escreveu Widdowson em “The American Conservative” em fevereiro. Widdowson é um ex-professor titular da Mt. Royal University em Calgary. Widdowson escreveu que a conversa “sinistra” de crianças indígenas enterradas circulou por mais de 25 anos e “agora está firmemente arraigada na consciência canadense”. Mas ela disse que não há provas concretas. Os professores canadenses também discordam dos relatos de que pelo menos 150.000 crianças indígenas foram forçadas a frequentar escolas residenciais, o que agora é aceito como evangelho no Canadá. Flanagan e outros historiadores dizem que o número é, na melhor das hipóteses, enganoso – porque uma grande porcentagem de pais indígenas optou voluntariamente por escolas residenciais, pois eram a única maneira de seus filhos obterem educação. 


Tom Flanagam, historiador da Universidade de Calgary


O caso de Tomson Highway, um Cree puro-sangue, mostra isso; ele é um conhecido compositor, autor e pianista canadense. Agora com 70 anos, ele conta que “a escola mais próxima de onde sua família perambulava como nômades ficava a 300 milhas ao sul, então a ideia de podermos caminhar alguns quarteirões até a escola ou pegar o ônibus para o ensino médio era um luxo inimaginável, não conseguíamos conceber isso”, disse ele. Então, para receber educação, Highway disse que entrou na Guy Hill Indian Residential School, em Manitoba, em 1º de setembro de 1958. Highway, que escreveu sobre sua infância sub-ártica em “Permanent Astonishment” do ano passado, disse que credita seus anos passados em Guy Hill por seu sucesso na vida. Fui porque meu pai queria”, disse Highway sobre seu pai, um caçador de caribus e campeão de trenós puxados por cães que era analfabeto. “Meu irmão mais velho também era analfabeto. Ele não queria que a mesma coisa acontecesse com o resto de nós, crianças. Então nós fomos."Highway disse que a escola de Guy Hill não era perfeita e que ele testemunhou e sofreu alguns abusos. Mas “não vi nenhuma morte estranha”, disse ele. “Muitos dos brancos de lá eram gentis. A educação que obtive lá... me preparou para a vida”. 


Tomsom Higwhay


Diante do exposto o endosso de Bergoglio a esta acusação é uma irresponsabilidade e um verdadeiro perigo sobretudo por que ela vem sendo ecoada para promover queima de Igrejas no Canadá e posterior eliminação do cristianismo através de um acerto de contas com o Catolicismo por supostos crimes cometidos na era colonial.


A incapacidade de Lula e Bolsonaro revelada por Carl Schmitt

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Dois incapazes e traidores

A eleição presidencial de 2022 no Brasil aponta a um profundo processo de lavagem cerebral por duas alas ideológicas que enganam a população com promessas irrealizáveis no atual sistema democrático burguês que molda a estrutura do estado. Lula promete empregos, cerveja e picanha – inviável sem a quebra da PEC do Teto, imposta pelo sistema financeiro ao qual o PT, desde 2002, está vinculado – e Bolsonaro acena com defesa dos costumes, segurança e combate a corrupção – apelando a uma pauta conservadora ao mesmo tempo que se mantém dentro do esquema capitalista global que o financia. A vanguarda dessas duas alas apostou numa campanha suja e mentirosa: dum lado a esquerda fala de ameaça a democracia – da qual Bolsonaro é produto - enquanto a direita, na falta de propostas concretas, apela para uma ameaça comunista inexistente. No fim das contas ambos contribuem para a continuidade desse modelo politico onde vigora um controle oligárquico das altas finanças mascarado de democracia produzindo o medo dum golpe militar ou dum golpe comunista, duas realidades longínquas, para mobilizar massas e garantir votos dos idiotas úteis, ingênuos demais para saberem que estão sendo usados e para qual fim os utilizam. Todo esse processo, todavia, mostra que o povo, manietado por duas forças políticas que apelam para anseios legítimos, está votando em ambas pelas razões certas – costumes e trabalho - mas enganados quanto a capacidade delas de encaminharem a solução.


Daí a importância de resgatar o pensamento de Carl Schmitt nessa hora grave do país. O teórico político alemão mostra a incapacidade do parlamentarismo burguês em proteger o povo dos seus inimigos. Um povo somente existe quando ele pode determinar autonomamente, existencialmente, quem é amigo e quem é inimigo. Quando um povo renuncia a essa responsabilidade em prol de um ideal apolítico como “humanidade”, “direitos humanos”, “democracia”, “respeito às liberdades” o político enquanto poder não desaparece do mundo: desaparece apenas um povo fraco incapaz de se defender das ameaças. Exemplo disso é o que saiu recentemente no Jornal Gazeta do Povo sobre como o Lobby do Aborto no STF é financiado por ONGs dos EUA/ Europa. O Brasil está a beira dum inverno demográfico sem ter vivido um auge civilizacional – algo incomum e que pode nos condenar a jamais ocupar um lugar de relevância na história da civilização pois estamos envelhecendo antes de virarmos uma potência, vocação a qual o Brasil é chamado pelo seu imenso território – e isso por que nunca formos capazes de opor resistência àqueles que impedem nosso desenvolvimento. Isto está diretamente relacionado ao modelo parlamentar que adotamos , cópia da Europa Ocidental e do sistema estadunidense. Pertence à essência do liberalismo burguês – criado por Guizot, teórico francês - não tomar decisões, e, por isso, a burguesia política pode ser descrita como ‘uma classe que discute’”, que transfere toda atividade política ao discurso parlamentar ou à via da imprensa. A discussão liberal seria uma prova manifesta de um modo de pensar tipicamente conciliatório, incapaz, por isso, de gerar decisões necessárias a defesa do povo.


Por isso, se ao Parlamento é feita a pergunta “Cristo ou Barrabás?”, ela é respondida com uma moção de adiamento ou com a instalação de uma comissão de inquérito. E aqui o objetivo é simples: retirar da mão do Estado e do Povo a capacidade de decidir contra interesses estabelecidos. Num quadro de crise histórica o Estado Liberal é incapaz de resolver as necessidades vitais duma nação pois para um liberal a lei é norma inflexível e as constituições verdadeiras “bíblias”. Um Estado Forte que não seja limitado pelo direito é juso quando estamos perante o risco duma futura extinção a medida que vamos sendo sugados pelos poderes financeiros internacionais. É fundamental ressaltar isto dado que o liberalismo se caracteriza por ser um “Estado de Direito” no qual seu poder é limitado pela Constituição. E aqui se evidencia a hipocrisia subjacente ao Bolsonarismo e ao Petismo: se o primeiro fala de “revolução comunista iminente” e o outro de “ameaça de uma nova ditadura militar” seria de esperar que ambos defendessem medidas draconianas, ou seja, Estado Forte, mas ao contrário apelam para “liberdade” ou “democracia” em suma, a velha receita de enfraquecimento do país frente as supostasameaças internas que ambos alegam existir e que não poderiam ser resolvidas por meio do diálogo democrático ou garantia das liberdades.Neste momento a nós nacionalistas e dissidentes, absoluta minoria num país que enlouqueceu, resta explicar as massas que um governo submetido aos banqueiros não pode prover nem empregos de qualidade, nem fim da corrupção e do crime, nem defesa dos valores morais. É necessário, enquanto somos minoria, fazer um trabalho de crítica e esclarecimento desmascarando a mentira petista e da direita liberal conservadora mostrando que só uma frente nacionalista que reafirme nossa Soberania pode nos libertar e que as promessas dos políticos do sistema não passam de ilusão.


Jonas Abib: falso profeta duma falsa religião

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A RCC pródiga em proclamar novos avivamentos é a revolução permanente dentro da Igreja, ou seja, a destruição de sua estrutura hierárquica. 


"Salva-nos, SENHOR, porque faltam os homens bons; porque são poucos os fiéis entre os filhos dos homens''- Salmos 12,1

Face ao falecimento do Padre Jonas Abib, fundador da Canção Nova, comunidade mais importante da RCC Brasil (Renovação Carismática Católica) importa destacar suas graves e perigosas heresias cujo objetivo é afastar os fiéis da sã doutrina católica que considera a manifestação dos carismas algo secundário e acessório perante as três virtudes teologais, os sete sacramentos, os sete dons do Espírito Santo e a prática dos mandamentos que são muito mais fundamentais para a salvação e santidade do povo cristão. A defesa da fé exige que se denuncie a RCC como produto do revival pentecostal protestante que deita raízes no círculo “santidade”, movimento que explodiu nos USA do século 19 sob liderança de metodistas que tinham em mira a constituição duma religião pessoal desligada de controle hierárquico e episcopal, onde a segunda benção da “santificação inteira” ou novo pentecostes desencadeasse uma experiência massiva do Espírito Santo, uma verdadeira democratização dos carismas bloqueada pela vigilância clerical. Esses pentecostais preconizavam um perfeccionismo no lugar do gradualismo em matéria de progresso na vida espiritual: uma operação direta e total do Espírito Santo, desbloqueada pela experiência religiosa direta, desencadearia um boom de santidade imediata entre os mais simples fiéis. Foi esse o contexto onde a RCC nasceu quando alguns leigos foram receber das mãos de lideranças protestantes a unção da nova efusão do Espírito, na Universidade de Duquesne, na Pensilvânia, USA, estado criado por Willian Penn um Quaker que defendia um novo cristianismo simplório, sem clero e dogma sob inspiração direta do Espírito Santo. Cristo nunca anunciou demonstrações de carismas que levasse as turbas a um estado de histeria emocional como costuma ocorrer nos eventos carismáticos como se confiasse em poderes hipnóticos e na auto sugestão a fim de poder fazer discípulos por meio de gestos sensacionais. Os milagres do Novo Testamento eram inteiramente diferentes dos pretendidos pelos movimentos carismáticos de hoje em dia. O interesse nisso é sintoma de morbidez espiritual pois ao colocar ênfase nas manifestações mais materiais da religião o aspecto espiritual dos ensinamentos da Igreja ficam em segundo plano e com eles a prática das virtudes cristãs perdem espaço para fenômenos supostamente sobrenaturais cujo interesse é expressão de gula e soberba espiritual. Cristo disse a Tomé: bem aventurados os que não viram mais creram. Para a RCC é preciso ver, experimentar para crer. São como os judeus incrédulos do tempo de Cristo que diziam a Jesus no calvário: se és o Messias, desce da cruz! A estas massas necessitadas de constantes provas materiais da verdade imaterial Nosso Senhor já respondeu: nenhum sinal lhes darei a não ser o de Jonas. Isto deve ser o bastante para o cristão.

Lista de erros da RCC:

1- A Igreja Católica não terá futuro se não virar um misticismo amplo e irrestrito:“ O futuro do catolicismo depende da hierarquia mudar de discurso e práxis a fim de levar qualquer católico de qualquer idade a ser um místico” - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 35

2- O catolicismo se racionalizou em demasia e deve recuperar a experiência direta de Deus - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 68

3- Nos primeiros cinco séculos a Igreja era carismática mas deixou de ser quando se clericalizou; o Vaticano II e a RCC são a restauração do caráter carismático da Igreja - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 72

4- A Igreja deve mudar ao ponto de profecias, curas, línguas estranhas, sejam normais e frequentes nas manifestações públicas de fé ( missas, procissões, etc) - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 73.

5 – O Espírito Santo é o Deus abscôndito, desconhecido, dos católicos onde ele se encontra em estado de coma ou anestesiado - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 35.

6- A RCC não é mais um Movimento da Igreja mas a Igreja em Movimento, o Espírito Santo em ação, cabendo a ela primazia em toda a Igreja- Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 80.

7- O antigo pentecostes não foi suficiente, por isso a RCC é um Novo Pentecostes - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 81.

8 – O cristianismo é uma religião da experiência não da doutrina - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 82/83.

9- O novo pentecostes começou fora da Igreja Católica– Padre Jonas Abib no site da CN :

Mensagem do dia Segunda-Feira, 25 de fevereiro 2008


A nova vitalidade divina na Igreja


O Papa Leão XIII consagrou o século 20 ao Espírito Santo, mas, infelizmente, nós, Igreja, não estávamos prontos. Depois na tarde do outro dia, um grupo de evangélicos pentecostais, em sua maioria negros, receberam os Pentecostes, e a partir daí começaram os Cenáculos. Houve falhas, mas os pentecostais são lindos e santos. Isso não só gerou homens santos, como também retornaram o Pentecostes e os Cenáculos. Essa graça aconteceu, mas por quantos preconceitos e por quantas lutas – até por parte de nós católicos – os pentecostais passaram. O Papa João XXIII mal tinha acabado o Concílio de 1965, e em 1966 já aconteceu o derramamento do Espírito Santo. E daí começaram a surgir grupos de oração nos finais de semana. A Renovação Carismática Católica é a efusão do Espírito; depois do Concílio, Deus viu que o “odre” estava novo e colocou o “vinho novo”, que é o Espírito Santo. A partir de Pentecostes a Igreja expressa a vitalidade divina, que se manifesta com os dons dos carismas. E nós precisamos dessa vitalidade.


Seu irmão,Monsenhor JonasAbib”

10 – A igreja católica é a videira do Senhor, enquanto que a rcc é a FIGUEIRA, uma árvore diferente - Quem quiser ler na íntegra.: http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/pentecostes/2005/eventos.php?id=%207177

11- RCC é um Novo Sacramento: “A Igreja precisa deste sacramento que somos nós, a Renovação Carismática Católica: vejam mais - http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/pentecostes/2005/eventos.php?id=%207174

12- Cristo vai reinar na Terra durante o Milênio segundo padre Abib: https://gloria.tv/post/3KeTt9LrJTDw1paMk4MeWrDkD

13- Salvação ésó pela fé segundo padre Abib:"A primeira necessidade de um cristão é ter a certeza de sua salvação" - Padre Jonas Abib A Bíblia foi escrita para você, ed Loyola, 1993, p. 16

14- O Deus do NT é diferente do Deus do AT: "O Deus do Novo Testamento traz inovações, se comparado ao Deus manifestado no Antigo Testamento. O Deus de Jesus não é um legislador, mas um Pai. Perdoa sem exigir compensações; perdoa porque, sendo os homens seus filhos, os ama. Em compensação, os homens são fiéis a ele, não para evitar o castigo infligido por um Juiz, mas porque é seu Pai. Assim a religião segundo a ordem da Lei é substituída por um laço familiar irracional" - Christian Diquoc O. P. "Os carismas, formas sociais do caráter imprevisível da graça" In Carismas, ed. cit. P. 94.

15- RCC é um novo modo de ser católico longe do catolicismo das obras - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 84

16 – Defesa do sacerdócio feminino:"Excluir as mulheres do acesso ao ministério seria, de fato, voltar a legalizar o carisma. Seria criar uma lei segundo a qual se determinasse que os seres humanos, em razão de seu sexo -- uma condição natural, portanto-- são a priori, excluídos de qualquer apropriação pelo Espírito Santo, em vista de ajudar a comunidade de forma ministerial ou sacerdotal. Não é o carisma que faz eclodir aqui, o institucional, mas é o institucional que limita o carisma" - Christian Diquoc O. P. "Os carismas, formas sociais do caráter imprevisível da graça" In Carismas, ed. cit. P. 100

17- A Igreja Católica não é o instrumento exclusivo da Graça:“Um dos modos em que se manifesta aos nossos dias este modo de agir do Espírito para além dos canais institucionais da graça é o chamado «batismo no Espírito» da” - P. Raniero Cantalamessa O.F.M.Cap. – Primeira pregação de Quaresma na Casa Pontifícia, 2021.

18 – O Novo Pentecostes é maior que a Igreja Católica e deve unir todos os cristãos pela experiência ecumênica do Espírito Santo:"a Renovação Carismática Católica (RCC) é parte de uma corrente de graça ecumênica" - Estatuto do Charis, Serviço internacional para a renovação carismática católica, p.1 (https://www.charis.international/wp-content/uploads/PT_Estatutos_CHARIS.pdf)

Democracia vira peido vocal no Brasil

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A crise da democracia ocidental chegou com tudo no Brasil. Já não há mais consenso sobre o que ela significaria e como seria possível aplicar seus princípios o que vem fazendo que os partidos em disputa, cada um ao seu modo, defendam o fim da democracia para "manter a democracia", pasmem! Entre as razões que apontam para essa quebra da democracia para "salvá-la" temos os seguintes fatos:

1- Os bolsonaristas vem falando de Intervenção Militar para repor a ordem quebrada pela suposta fraude eleitoral em contradição ao Art 142. A hipótese aventada de decretar estado de defesa para comprovar se tivemos "quebra da lei e ordem"é inverter a ordem das coisas e usar a força para criar "provas".
2- Há, além disso, uma contradição básica no bolsonarismo que não vê o absurdo de pedir AI5 para repor liberdades constitucionais perdidas.
3- Por outro lado os adversários do bolsonarismo aderiram ao mesmo vale tudo que estão tentando deter: fizeram vista grossa quando juiz do supremo abriu inquérito e fazem agora quando Moraes afasta governador, prerrogativa de assembléia estadual.
4- Além de tudo Moraes falou de responsabilização 'política' dos bolsonaristas que se fizeram presentes no oito de janeiro, usando linguajar de tribunal revolucionário fora o fato de ter quebrado a chamada Lei Orgânica da Magistratura Nacional, cujo artigo 36, inciso III, dispõe que é vedado ao magistrado “manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem" .
5- Para piorar Gilmar Mendes já fala de limitar liberdades de reunião sob a justificativa de "salvar" a democracia o que beira a loucura já que reunir povo para deliberar e reivindicar é a essência do regime democrático. Tal lei criaria duas classes de cidadãos - a que pode se reunir e a que não pode em razão de sua ideologia, partido, alinhamento, opinião, etc - eliminando a isonomia.
6- Assim a palavra democracia foi corroída a tal ponto de ter se tornado um flatus vocis sem substância que cada grupo maneja de acordo com seus interesses. Chegamos ao que é descrito pelo escritor Millôr Fernandes: "democracia é quando eu ganho, quando é você que ganha é ditadura".
7- Sob influxo da Globo e demais cias de Mídia de Massa as pessoas estão problematizando efeitos - tentativa de golpe - sem refletir sobre causas já que o Bolsonarismo é, em boa parte, produto da crise da democracia e do lulismo, ferida na qual muitos não querem botar o dedo pois sabem que isso poria abaixo a velha classe política com a qual estão comprometidos.

Diante do exposto fica patente que a crença no império da lei já não existe mais tampouco o Estado de Direito, estuprado pelas mais altas autoridades: o terreno está pronto para uma guerra civil e isso porque vivemos uma crise ampla, fruto duma contradição básica: a CF88, feita para garantir direitos sociais, é impossível de implementar sob base neoliberal. Então temos um Brasil que garante coisas no papel mas não na prática pois fornece sub empregos, serviços de má qualidade e uma economia que não sai dos um ou dois por cento de crescimento médio ao ano. A ascensão do bozismo se deveu, em boa parte a isso: uma classe média baixa que insatisfeita com a perda de seu poder de compra passa a ver no Estado e na Política o problema depositando suas fichas no Mercado que sem conseguir oferecer saídas provoca o retorno de Lula, ante o fracasso do governo de Bolsonaro, articulado a velha política que aposta em mais do mesmo: constituição cidadã e neoliberalismo, quer dizer, programas sociais + trabalho de salário mínimo sem horizonte de um "Brasil Potência" gerador de empregos de qualidade e fortes investimentos. Para sair do impasse o Brasil precisa dum Novo Vargas que una desenvolvimentismo, soberanismo, conservadorismo religioso com bem estar social através duma nova "revolução de 30", uma ruptura institucional capaz de nos fornecer um sistema político que melhor represente aspirações sufocadas e abortadas às quais o atual regime é insensível dado o compromisso, tanto da nossa esquerda, quanto da direita e do centrão, com a ordem financeira global.

Expondo a ignorância sedevacantista e conservadora sobre o Magistério da Igreja

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Sedecavantistas e conservadores abandonaram a noção de analogia caindo no barbarismo teológico 

Há dois erros sobre Magistério da Igreja:


1- Dos sedevacantistas e conservadores, uns e outros exagerando quanto ao grau de assentimento que devemos ter ao magistério ordinário dos Papas: para estes não há diferença entre o ensino solene e o ordinário.

2- Dos modernistas e neomodernistas que reduzem de tal maneira a autoridade do magistério ordinário que ele se torna um magistério humano.

Apesar das aparências em contrário o erro dos modernistas e dos sedevacantes e conservadores é o mesmo: só existe um único grau de magistério.


Porém o Magistério é uma participação no Magistério de Nosso Senhor Jesus Cristo, e essa participação tem graus diversos em virtude da maior ou menor intervenção humana em cada ato magisterial.


O Magistério Solene só se verifica quando estão presentes as quatro condições dadas pelo Concílio Vaticano I: (i) que o papa (ou o Concílio) ensine enquanto autoridade universal da igreja, (ii) utilizando a plenitude de sua autoridade apostólica, (iii) que a vontade de definir seja manifesta e (iv) que a matéria seja relativa à fé ou à moral. Se uma dessas quatro condições está ausente não haverá um ato solene de Magistério Pontifício.


Já o Magistério Ordinário tem as seguintes características:


- Do Papa: requer numerosas condições que são : a importância que dá o Papa ao documento (sempre o papel fundamental da voluntas definiendi), a importância que dão os papas posteriores, a solenidade do ensinamento, a universalidade do ensinamento, a atenção dada pelos teólogos ao ensinamento, a repercussão do documento no mundo católico em geral, a duração com que o ensinamento é pacificamente transmitido em todo o universo católico, o caráter ininterrupto do ensinamento, a importância de que goza no documento e, finalmente, a maneira com que a doutrina é apresentada no ensinamento.


- Do Papa e dos Bispos: O magistério do Papa e dos Bispos dispersos pelo mundo se exerce sob as seguintes condições:


(1º) que os bispos estejam em comunhão com o sucessor de Pedro (2º) de acordo em matéria de fé e moral, (3º) sobre uma doutrina a ser tida como definitiva. A precisão é necessária: o critério externo de definitividade permite não guardar um ensinamento provisório concordante do Papa e dos bispos (o fato que os bispos estejam de acordo em ensinar a doutrina de uma encíclica não torna tal doutrina infalível;
O próprio Código de Direito Canônico expressa a necessidade de tal manifestação no Cânon 749, §3º: Nenhuma doutrina se considera infalivelmente definida, se isso não constar manifestamente). Os diversos graus de autoridade determinam os diversos graus de magistério.


Assim, quando a autoridade suprema e universal da Igreja utiliza a sua voluntas difiniendi/obligandi em matéria de fé ou moral, o Magistério atinge a participação mais perfeita no sacerdócio de Cristo, com garantia absoluta de infalibilidade, de ausência de erro. Nesse Magistério, há muito mais de divino do que de humano. Quando a autoridade suprema ensina sem querer canonizar uma fórmula definitiva, temos um grau inferior de em que a parcela humana é maior o que torna os termos desse magistério menos precisos e até passíveis - no caso de uma mera concordância momentânea entre o papa e bispos quanto a matéria provisória - de algum erro, como aduz certos teólogos. 


Com isto resta clara a ignorância seja de sedevacantistas quanto de conservadores ou modernistas no que tange ao que significa Magistério: dotados de uma estrutura mental pobre e simplória e muitas vezes ocupados numa apresentação ideológica do ensinamento da Igreja de modo a favorecer certas posições práticas tornam-se incapazes de conceber o assunto de forma reta o que exige a compreensão da analogia e dos graus inerentes aos modos do magistério.


Bibliografia:


- Dom Paul Nau. The Ordinary Magisterium of the Catholic Church. Angelus Press, 1998, Kansas City


- I. Salaverri. De Ecclesia Christi. Bac, 1955, Madrid


- Lucien, CHOUPIN. Valeur des Décisions Doctrinales et Disciplinaires du Saint Siège. Beauchesne Éditeur, Paris, 1913

Israel se alinha a Kiev no conflito russo-ucraniano.

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Tensões entre Israel e Rússia aumentam vertiginosamente

Por anos a fio alguns polemistas insistiram num alinhamento de Putin com o Sionismo, mas se isso existiu algum dia, acaba de terminar.

Por um ano inteiro, Israel tergiversou sobre uma posição clara no conflito Rússia-Ucrânia. A razão por trás da posição aparentemente confusa de Israel é que ela pode perder, independentemente do resultado. Mas o Estado de Israel é um partido neutro?

Israel é o lar de uma população de quase um milhão de cidadãos de língua russa, um terço deles chegando da Ucrânia pouco antes e imediatamente após o colapso da União Soviética. Esses israelenses, com profundas raízes culturais e linguísticas em sua pátria, são um eleitorado crítico no cenário político polarizado de Israel. Após anos de marginalização após sua chegada inicial a Israel, principalmente na década de 1990, eles conseguiram formular seus próprios partidos e, eventualmente, exercer influência direta na política israelense. O líder ultranacionalista de língua russa do Yisrael Beiteinu, Avigdor Lieberman, é um resultado direto da crescente influência desse eleitorado.

Enquanto alguns líderes israelenses entenderam que Moscou detém muitas cartas importantes, seja na própria Rússia ou no Oriente Médio, outros estavam mais preocupados com a influência dos judeus russos, ucranianos e moldavos no próprio Israel. Logo após o início da guerra, o então ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, declarou uma posição que pegou muitos israelenses e, é claro, a Rússia de surpresa. “O ataque russo à Ucrânia é uma grave violação da ordem internacional. Israel condena este ataque”, disse Lapid. A ironia nas palavras de Lapid é evidente já que Israel violou mais resoluções das Nações Unidas do que qualquer outro país do mundo. Sua ocupação militar da Palestina também é considerada a mais longa da história moderna. Mas Lapid não estava preocupado com a 'ordem internacional'. Seu público-alvo era formado por israelenses – cerca de 76% deles eram contra a Rússia e a favor da Ucrânia – e Washington, que ditou a todos os seus aliados que meias posições sobre o assunto são inaceitáveis. A subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, alertou Israel claramente em março que deve ter uma posição clara sobre o assunto e “aderir às sanções financeiras” contra a Rússia se “você (ou seja, Tel Aviv) não quiser para se tornar o último refúgio para o dinheiro sujo”.

Enquanto milhões de ucranianos escapavam de seu país, milhares desembarcaram em Israel. Inicialmente, a notícia foi bem recebida em Tel Aviv, o Aliyah israelense e o Ministério da Integração decidiram suspender as bolsas especiais para refugiados ucranianos. Enquanto isso, a posição política de Israel parecia conflitante. Enquanto Lapid permaneceu comprometido com sua postura anti-russa, o então primeiro-ministro Naftali Bennett manteve um tom mais conciliador, voando para Moscou em 5 de março para consultar o presidente russo Vladimir Putin, supostamente a pedido do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Mais tarde, Bennet alegou que Zelensky havia pedido a ele para obter uma promessa de Putin de não assassiná-lo. Embora a alegação, feita vários meses após a reunião, tenha sido veementemente rejeitada por Kiev, ela ilustra a incoerência inicial da política externa de Israel durante o conflito. Durante a fase inicial da guerra, Israel quis participar como mediador, oferecendo-se repetidamente para sediar negociações entre a Rússia e a Ucrânia em Jerusalém. Por isso, queria comunicar várias mensagens: ilustrar a capacidade de Israel de ser um participante significativo nos assuntos mundiais; assegurar a Moscou que Tel Aviv continua sendo um partido neutro; para justificar a Washington por que, como um importante aliado dos EUA, permanece passivo em sua falta de apoio direto a Kiev e, também, para marcar um ponto político, contra os palestinos e a comunidade internacional, que a Jerusalém ocupada é o centro da vida política de Israel.

A jogada israelense falhou e foi Turquia e não Israel, que foi escolhido por ambas as partes para esse papel. Em abril, começaram a surgir vídeos nas redes sociais de israelenses lutando ao lado das forças ucranianas. Embora nenhuma confirmação oficial de Tel Aviv tenha seguido, o evento recorrente sinalizou que uma mudança estava em andamento na posição israelense. Essa posição evoluiu ao longo dos meses para finalmente levar a uma grande mudança quando, em novembro, Israel supostamente concedeu aos membros da OTAN permissão para fornecer à Ucrânia armas que continham tecnologia israelense. Além disso, o jornal israelense Haaretz informou que Israel concordou em comprar milhões de dólares em “materiais estratégicos” para operações militares ucranianas. Portanto, Israel havia praticamente encerrado sua neutralidade na guerra. Moscou, sempre vigilante em relação à posição precária de Israel, enviou suas próprias mensagens a Tel Aviv. Em julho, autoridades russas disseram que Moscou planejava fechar a filial russa da Agência Judaica para Israel, o principal órgão responsável por facilitar a imigração judaica para Israel e a Palestina ocupada.

O retorno de Benjamin Netanyahu ao cargo de primeiro-ministro em dezembro pretendia representar uma mudança de volta à neutralidade. No entanto, o líder israelense de direita prometeu durante entrevistas à CNN e ao canal francês LCI em 1º e 5 de fevereiro, respectivamente, que estaria “estudando esta questão (de fornecer à Ucrânia o Sistema de Defesa Iron Dome) de acordo com nosso interesse nacional”. Mais uma vez, os russos alertaram que a Rússia “considerará (as armas israelenses) como alvos legítimos para as forças armadas russas”. À medida que a Rússia e o Irã intensificaram sua cooperação militar, Israel sentiu-se justificado em se envolver mais. Em dezembro, a Voice of America informou sobre o crescimento exponencial nas vendas de armas de Israel, em parte devido a um acordo com a US Lockheed Martin Cooperation, um dos principais fornecedores de armas dos EUA para a Ucrânia. No mês seguinte, o francês Le Monde informou que “Israel está abrindo cautelosamente seu arsenal em resposta às demandas prementes de Kiev”. O futuro revelará ainda mais o papel de Tel Aviv na guerra Rússia-Ucrânia. No entanto, o que está bastante claro por enquanto é que Israel não é mais um partido neutro, mesmo que Tel Aviv continue a repetir tais afirmações.

O "Cristo Marxismo" de Daniel Ortega

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Embora a concordata entre o estado venezuelano e a Santa Sé – firmada em 1964 – continue vigente desde Chavez surgiram elementos de profunda tensão entre as autoridades eclesiásticas e a políticas da Venezuela logo no começo do regime. O caso da Igreja Nicaraguense tem similaridades com o status do clero católico na Venezuela que desde a ascensão do chavismo é de conflito ainda que o regime tenha se apropriado das pautas morais cristãs como criminalização do aborto e dos estudos de gênero e deixado de lado o invasionismo do estado na tocante a pautas lgbtqi+.


Quanto a Nicarágua cabe dizer que o monsenhor Carlos Enrique Herrera, presidente da CEN (Conferência Episcopal da Nicarágua), confirmou que a Polícia determinou que as procissões de Semana Santa fossem realizadas apenas nos templos o que indica que a religião católica está a virar religio ilicita no país. A Via Sacra aquática feita a mais de 40 anos no grande lago Cocibolca que é, além duma tradição religiosa um evento turístico que ajuda a economia local e os barqueiros, acabou sendo feita pelo regime de Ortega decidiu conduzir a Via Sacra no lago mas sem um padre para rezar e conduzir as 14 meditações nas respectivas estações o que além de tudo indica que o regime poderia estar indo na direção da formação duma igreja nacional a reboque do estado.


Igualmente na Venezuela a Igreja, especialmente o episcopado, foi tratada com cautela pelo Movimento da Quinta República (MVR) durante sua subida ao poder. A relevância social da Igreja no sistema politico e as críticas pessoais de alguns bispos a candidatura de Chavéz em 2002 criaram desde cedo situações de atrito. Embora não houvesse consenso entre leigos, padres e bispos em torno duma visão de país e seu regime político era percebido que o chavismo na medida que buscava hegemonizar os interesses e recursos da sociedade civil, não poderia ser positivo dada a relativa dependência da obras pias e institutos religiosos dos subsídios estatais assim como o desastre que economia chavista impunha ao setor privado acabava refletindo na diminuição da colaboração deste a Igreja. O chavismo mesmo tendo absorvido o moralismo católico popular sempre foi carregado de anticlericalismo e ambivalente face à religiosidade popular. Isto deve-se ao marxismo crioulo em relação ao estabelecimento formal do clero onde o mesmo estaria separado dos paroquianos por uma opção preferencial pelos ricos. A verdadeira doutrina salvífica estaria na revolução bolivariana: o chamado Cristo – Marxismo do MVR.


Ortega fez uma relação similar contra a hierarquia católica acusando-a de ser uma ditadura perfeita por seus membros não serem elegíveis. Fundamentada na clássica dicotomia “povo vs oligarquia” a reação chavista implicava numa releitura da teologia da libertação explicitada num discurso de Chavez sobre as missões coloniais ao dizer que “católicos imorais espalharam histórias pela América para legitimar a escravidão ao falarem que Deus quis que fossem escravos para atingir a redenção no céu mas o Reino de Deus está aqui na Terra” (In: Venezuela, Chavismo e Iglesia Católica, p.14). Dada a missão da qual o Chavismo se investiu a hierarquia católica foi associada como aliada da opressão e inimiga dos setores historicamente explorados caracterizando o catolicismo venezuelano como irremediavelmente dividido entre bispos agentes da alienação e clérigos regulares ligados as lutas pela liberação popular. Ao que tudo indica Ortega está calcado nos mesmos ideais e decidido a revolucionar o catolicismo nicaraguense na direção do Cristo – Marxismo.


Adapatado do texto de Lucas Dias Aguiar. 



Canção Nova endossa adultério

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Um livro que merece um auto de fé digno da inquisição espanhola

    

    A editora Canção Nova da Comunidade Carismática Canção Nova lançou um livro que tem tido bastante saída nas livrarias, sendo bem fácil de encontrar na seção religiosa de lojas como a da Saraiva, etc. O nome da obra é “Casais de segunda união, a Igreja é o seu lugar” de João Bosco e Aparecida de Fátima. O problema já começa no título pois não se trata de segunda união, eufemismo para relação adulterina. A doutrina de Cristo concebe o casamento como indissolúvel; ainda que haja casos de nulidade matrimonial somente um tribunal eclesiástico pode julgar o mérito sendo vedado ao fiel assumir um outro relacionamento caso tenha se casado na Igreja; enquanto ela não julgar que o matrimônio anterior foi nulo a atitude do católico deve ser o de espera paciente e continência sexual. Todavia as chamadas pastorais familiares tem estimulado pessoas que vivem em condição irregular a continuar mantendo vínculos objetivamente pecaminosos na esperança de conseguir uma sentença de nulidade.


    A obra em tela destaca que o novo código de direito canônico de 1983, fruto do Concílio Vaticano II, infelizmente modificou o enfoque doutrinal anterior. Antes de 1962 a Igreja enfatiza o caráter contratual do matrimônio derivando daí uma lista de direitos e deveres dos cônjuges. A partir do CVII e sua abertura ao mundo ocorre uma progressiva relativização do enfoque anterior que se não é expressamente abandonado ou negado passa a ser secundarizado. O novo enfoque é do casamento como “pacto” cujo significado seria o de “realizar o bem da comunidade conjugal na sua plenitude familiar”. O efeito disso é patente: o código anterior classificava os “casais em segundo união”, de bígamos, infames, pecadores públicos, adúlteros enfim. Quem morresse nessa condição ficava proibido de ter exéquias, enterro em cemitério católico, missas em sufrágio. Agora é diferente: não pesa mais sobre esses casais as penas canônicas atinentes ao adultério público.


    É bastante irônico que um movimento como a RCC, que preconiza uma vida de santidade, albergue propostas como esta e promova uma obra francamente herética usando toda sua estrutura editorial e comercial para divulgar um conceito laxo de casamento. O livro em tela, na página 82, preconiza abertamente o abandono dessas classificações em prol da não discriminação desses “casais” em nome da caridade. Ora a caridade implica antes de tudo no amor a Deus e ao próximo por causa dele. Mas acolher um pecador só faz sentido em vista de sua salvação e nunca em vista de amenizar o seu pecado. Pelo visto o apelo de santidade da Canção Nova não passa de palavras jogadas ao vento e está escorada, infelizmente, em uma carta aos bispos sobre questões matrimoniais lançada em 1994 que autoriza uma solução pastoral a casos de “segunda união” em que:


“os divorciados novamente casados não devem ter acesso à comunhão eucarística, mas poderiam aproximar-se desta em determinados casos, quando segundo ao juízo da sua consciência a tal se considerassem autorizados” (Carta n. 3).


    Para a Congregação para a Doutrina da Fé, permanece um único caso que se deve levar em consideração, ou seja, daqueles que estão “subjetivamente certos em consciência que o matrimônio anterior, irremediavelmente destruído, jamais fora válido”. Com esse princípio subjetivista se abriu caminho ao abismo moral que reina hoje nos ambientes conciliares: padres dando comunhão a adúlteros públicos somado a católicos se separando por qualquer motivo fiando-se na “certeza subjetiva” de que seus matrimônios foram nulos o que implementou uma situação generalizada de imoralidade sexual sob a benção do clero.


    Mais uma vez o apelo de Dom Marcel Lefebvre de que devemos resistir na fé as novidades conciliares se faz urgente e atual.


Por que Cristo é Rei das sociedades e não apenas das almas fiéis?

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Sem a reta doutrina sobre a Realeza de Cristo nunca entenderemos a doutrina da guerra santa cristã 


    A festa de Cristo Rei foi instituída por PIO XI, Papa de feliz memória, para relembrar ao mundo ocidental cujos estados apostataram depois das revoluções liberais do século 18 e 19 que baniram Nosso Senhor da vida pública, que Cristo é Rei também das sociedades e não só das almas não podendo a religião ficar restrita a esfera privada. A mentalidade liberal contagiou a sociedade com o vírus da laicidade que consiste em separar os negócios do Estado dos negócios da Igreja separando a vida civil da lei divina como se a consciência errônea tivesse os mesmos direitos da consciência reta, igualando falsas religiões com a verdadeira que deixa de ter a devida proteção do governo. Essa mentalidade concebe que ao Estado cabe somente cuidar da vida material e do bem estar econômico ficando indiferente às coisas da alma. Leão XIII, Papa, lembra, na sua encíclica Libertas que as leis civis devem favorecer a salvação eterna. Ao Estado cabe prestar o devido culto e honra ao Deus Verdadeiro, pois o poder só é legítimo se vem dele, fonte de toda autoridade. 


Embora Cristo seja rei sobretudo espiritual pois reina nas almas dos fiéis diz PIO XI, na Quas Primas, que:  


    ERRARIA GRAVEMENTE aquele que negasse a Cristo-homem o poder sobre todas as coisas humanas e temporais, posto que o Pai lhe conferiu um direito absoluto sobre as coisas criadas, de forma tal que todas estão submetidas a sua vontade[...]Portanto, o domínio do nosso Redentor abrange todos os homens, como afirmam estas palavras do nosso predecessor, de imortal memória, Leão XIII, que aqui nós fazemos nossas: “O reino de Cristo não se estende somente aos povos católicos, ou aqueles que, regenerados na fonte batismal, pertencem, por direito, a igreja, ainda que opiniões erradas os afastem ou a divergência os divida da caridade; mas abrange também todos aqueles que não possuem a fé cristã, de forma que todo o gênero humano está sob o poder de Jesus Cristo”. Não há diferença entre indivíduos e sociedade doméstica e civil, pois os homens, unidos em sociedade, não estão menos sob o poder de Cristo do que o estejam os homens particulares”.


Este erro de considerar Jesus somente rei das almas e não das sociedades é o professado pelos protestantes e pelos católicos liberais da linha do Vaticano II e até por tradicionalistas que recusam a luta política em prol do estado católico em nome duma espera que Cristo reine em todas as almas para só então instituir seu Reino Social. Não foi assim na Idade Média quando, em muitos casos, através da conversão de reis, leis cristãs eram estipuladas proporcionando que povos (a exemplo dos francos) adotassem a fé católica, de forma que o reino social preparava as condições para estabelecer o reino espiritual. 


    A reforma da liturgia que gestou a Nova Missa, coloca a Festa de Cristo Rei no último domingo do ano litúrgico a indicar, como diz o Padre Matias Gaudron da FSSPX no seu livro “Catecismo da Crise”, onde expôs os erros do Vaticano II, que o reinado social de Jesus não deve se estabelecer na sociedade e na história mas apenas nas almas e que devemos esperar pelo fim dos tempos, deixando a vida civil sem o fermento do evangelho; mas isto constitui uma heresia já que limita o governo de Cristo à vida dos indivíduos opondo-se de forma explícita ao ensinamento de Pio XI na Quas Primas. Foi nesta linha que Paulo VI, Papa, depondo a luta pela constituição duma sociedade cristã, deu aos católicos a permissão de se filiar em partidos laicos acabando com os partidos católicos que, fomentados por Papas como Pio X e Pio XI, foram veículos para a retomada da cristianização da política no começo do século 20. A liturgia da Missa Tridentina, neste sentido, coloca a Festa de Cristo Rei no meio do ano litúrgico a fim de ressaltar que já agora é factível um Reino Social de Jesus, conforme o ensinamento de Pio XI na Quas Primas, ou seja, uma sociedade inspirada pelo ensinamento evangélico a que chamamos "Cristandade" e que existiu, apesar de suas imperfeições, durante a Idade Média, época em que a vida social, econômica e política obedecia ao poder espiritual da Igreja e, através dela, rendia culto a Deus. 


    Não devemos confundir a cristandade com a heresia milenarista que fala dum reinado pessoal de Jesus na Terra com os justos ressuscitados por mil anos. A cristandade é antes a convergência e a sincronia entre o poder terrestre ou político e o poder espiritual ou eclesiástico, ou seja, teocracia, um governo em nome de Deus. A cristandade não é uma sociedade onde o pecado está banido mas onde está mitigado para favorecer a saúde espiritual dos homens ajudando-os a chegar no seu fim último que é Deus e a vida paradisíaca no céu. 


    Viva Cristo, Rei das almas e das sociedades!


A Igreja “Casa da Mãe Joana” das Dubia de Bergoglio

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Bergoglio e Fernandez: "esta é a hora do poder das trevas" - Jesus; Evangelho de Lucas 22,53

 

Aqui no Brasil a expressão “casa da Mãe Joana” remete a um lugar onde cada um faz o que quer estando ausente qualquer lei, ordem, regra, etc. Segundo Câmara Cascudo a expressão teve origem com Joana, rainha de Nápoles que na Idade Média, normatizou os prostíbulos na cidade em que se refugiou. As respostas de Victor Fernandez, titular da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeado Cardeal por Francisco, as Dúbia enviadas por Dom Negri, Bispo de Santo Amaro nos fizeram lembrar dessa expressão e a razão é simples: os sacramentos, na nova “disciplina” da Seita Bergogliana, são porta de entrada, direitos em vez de dons de Deus. Direito por natureza é de todos os titulares sem condições outras. Pois é dessa maneira que os sacramentos passam a ser encarados.

                Um transexual pode ser batizado? Segundo Fernandez pode desde que "não gere escândalo", mas o que gera escândalo agora, nestes tempos pós modernos, num tempo em que tudo é permitido? Nada! Na mesma resposta a essas Dúbia Fernandez argumenta que o batismo pode e deve ser administrado mesmo sem as disposições subjetivas e as condições objetivas do candidato. Para legitimar esse absurdo Fernandez se vale de, pasmem, Santo Tomás ao dizer que uma vez afastadas essas más disposições, a graça santificante produzirá frutos. Mas ele não se satisfaz em usar, fora de contexto, o Doutor Angélico, se valendo inclusive de Santo Agostinho que diz que a marca indelével do sacramento do batismo não se perde apesar do pecado cometido depois dele ter sido administrado, deixando de lado as recomendações e determinações da boa doutrina e do direito canônico sobre as devidas condições e disposições do candidato ao batismo. Cabe lembrar que o direito canônico aduz que, para adultos, faz-se necessário, para ter acesso aos sacramentos, ter sido provado na vida cristã por meio do catecumenato.

Segundo Fernandez:

“frequentemente a previsibilidade de uma nova queda «não prejudica a autenticidade do propósito».

Em suma, bastaria um propósito vago, genérico e sem forma para tornar legítima a  administração dos sacramentos. A concepção de Bergoglio de uma Igreja Aberta a todos sob o símbolo de uma “Igreja Casa do Pai” ao invés da “Igreja Alfândega” contrasta com a Parábola do Filho de Pródigo que fala do retorno a Deus através dum processo de arrependimento profundo, tema banido da Igreja da Misericórdia, de Francisco.

O COMUNISMO NA REVOLUÇÃO ANTICRISTÃ (1961) - Padre Julio Meinvielle

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Padre Julio Meinvielle

 

    A única modalidade de 'anticomunismo' que a meu ver realmente importa (e que é ao fim e ao cabo respeitável) é aquela que se formula a partir de uma perspectiva católica tradicionalista. É, com efeito, a única abordagem que faz as conexões certas e necessárias (marxismo - liberalismo - iluminismo - reforma protestante - renascimento), fundamentando a crítica do ideário comunista a partir do único paradigma realmente coerente, consequente e portanto válido para qualquer católico sério: a Doutrina Social da Igreja. 

É o anticomunismo de um Donoso Cortés, de um Maurras, de um Chesterton e de um belo livro como este, de autoria do padre argentino Julio Meinvielle, um notável caudatário desta nobre tradição.

 Manejando com maestria e fina verve retórica o aparato conceitual da Escolástica, Meinvielle vai ao amago da questão e liga todos os pontos com precisão cirúrgica. Trata-se sobretudo de interpretar o marxismo à luz d'uma "antropologia filosófico-teológica", bem como d'uma "teologia católica da história e da cultura", como esclarece o filósofo tomista Carlos Alberto Sacheri, conterrâneo do autor, em texto de apresentação à obra. 


A obra, "Comunismo na Revolução Anticristã", do Padre Júlio 


Meinvielle parte do princípio da existência de quatro dimensões essenciais na natureza humana (ser-sensível-racional-divino), que devem funcionar em harmonia com as funções básicas de toda sociedade (economia de execução - economia de direção - política sapiencial). Tal é o ordenamento tradicional, que deriva da própria natureza do Homem. Não obstante, a partir do nominalismo no século XIV, tem início um processo de crescente desagregação, que progride através de três marcos fundamentais: o Renascimento e a Reforma - a Revolução Francesa - a Revolução Russa, que em conluio com o demoliberalismo instaura o primado absoluto da Matéria sobre o Espírito no horizonte da consciência universal. 

É uma lástima que uma obra como esta não tenha maior divulgação / difusão por estas plagas, pois poderia ser um excelente antídoto contra o anticomunismo de fancaria que se tem difundido no Brasil nas últimas décadas, uma nefasta peçonha ideológica inoculada no debate público por legiões de pseudoconservadores e liberais; no Brasil e na própria terra natal do autor, diga-se de passagem, que acaba de alçar à presidência da república um execrável charlatão useiro e vezeiro nestes ilusionismos. 


Por Alfredo RR de Sousa

Padre Antônio Vieira revela por que Portugal perdeu o lugar para os povos loiros do norte

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No sermão da Epifania do Padre Antônio Vieira, pregado em 1662 , ele defende a liberdade dos índios contra a cobiça dos colonos que desejavam usá-los como escravos, e explica a razão de Portugal ter perdido a hegemonia para os Países Protestantes do Norte relacionado ao fato de a defesa da escravidão do índio ter sido feita com base no argumento de que eram os “negros da terra”:


“Nos acusam de defender os índios por que não queremos que sirva ao povo mas somente a nós o que não é verdade pois devemos defender o gentio que Cristo trouxe a nós como Ele defendeu os Magos da Tirania de Herodes pois fê-los voltarem para sua terra livres e soberanos, não lhes tirando a pátria nem a liberdade natural e é assim que zelamos que os índios permaneçam […] Mas nada disto basta para moderar a cobiça dos nossos caluniadores por que dizem que são negros [os índios] e hão de ser escravos...Ora dos Magos que vieram visitar Cristo um era preto, Belchior, seria justo que Cristo o mandasse ficar em Belém para ser escravo de São José? Bem o pudera fazer pois é Senhor mas nos quis ensinar que os homens de qualquer cor são iguais por natureza e mais iguais ainda por fé se creem e adoram o Cristo como os Magos. Um etíope se se lava na água do Zaire fica limpo mas não fica branco mas se for batizado fica ambos: limpo e branco. Por isso é tão pouco a fé dos inimigos dos índios que depois de nós os termos feitos brancos pelo batismo eles o querem fazer escravos por negros.


Não é minha intenção que haja escravos...o mesmo sucedeu a São Paulo que tendo libertado do demônio uma escrava em Filipos, na Macedônia foi vítima do motim do povo contra eles – Paulo e Silas – que foram maltratados, presos e expulsos. Pois o povo queria apenas a escrava mas ela com o demônio: pois os cativeiros lícitos sem demônio são poucos e os ilícitos com demônio são muitos […] confundidos pela evidência o que dizem? Que sem escravos não se pode sustentar o Estado! Vede que coisas para se ouvir com ouvidos católicos e apesentar a um rei cristão: que só podemos nos sustentar com a carne dos miseráveis índios. E por que os pregadores do evangelho não querem entregá-los ao açougue dizem-lhe, fora de nossas terras! Ora o Castigo de Sodoma e Gomorra foi mais moderado que será das terras que expulsaram os pregadores de Cristo!


Já considerei por que aquelas terras [ do nordeste do Brasil ] fossem dominadas, pela permissão da Divina Providência, pelos hereges do norte [ holandeses adeptos do protestantismo que dominaram Bahia e Pernambuco no século 17 ]: e a razão é que nós somos tão pretos em relação a eles como os índios em relação a nós! E era justo que se fizemos tais leis por elas se executasse em nós o castigo. É como se dissesse Deus: já que vós fazeis cativos a estes por que sois mais brancos que eles eu vos farei cativos de outros que são mais brancos que vós!


As nações umas são mais pretas e umas são mais brancas pois estão mais vizinhas ou mais remotas do sol! E pode haver maior inconsideração de alguém deve ser senhor de outro por ser ter nascido mais perto ou mais longe do sol?”


Foi o incipiente racismo dos colonos, adverso a união mística das três raças consubstanciada no Brasil e que realiza o grande ethos português como monarquia cristã obrigada a converter e salvar os gentios pois para isto Cristo fundou e instituiu o reino de Portugal, a causa da ruína lusitana. Tiremos disso uma lição sobretudo nesta hora de trevas em que brasileiros se insurgem uns contra outros estimulados pelo bolsonarismo e lulismo que promovem o ódio regionalista entre nordeste x sul/sudeste






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